O Instituto de Física (IF/UFRJ) recebeu o professor Eduardo David, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa (COPPE/UFRJ), nesta quinta-feira, para conhecer melhor o projeto MAGLEV-COBRA, trem de levitação magnética que pode ser usado para o transporte de estudantes na Cidade Universitária.
Com a palestra “A importância da Física no projeto MAGLEV-COBRA”, o professor apresentou as vantagens e desvantagens para obter novos aliados no aperfeiçoamento do projeto. De acordo com ele, a idéia de retomar o transporte sobre trilhos com a tecnologia no Brasil ressurgiu no fim da década de 1990, com a intenção de ligar por trem Rio de Janeiro e São Paulo. Há cerca de dois anos, houve um redirecionamento do projeto para que ele se viabilizasse como um transporte público no perímetro urbano.
Existe um protótipo em escala reduzida que cobre uma trajetória fechada de 30 metros de comprimento, mas a idéia é a partir de março do ano que vem tornar o MagLev uma realidade em um trecho de 180 metros próximo ao Centro de Tecnologia. Uma verdadeira revolução no transporte público brasileiro pode acontecer se o trem magnético vingar.
Entre as vantagens apontadas por Eduardo David está o fato de o trem ser silencioso, ter baixo consumo de energia, ter a manutenção simples, além de ter implantação de baixo custo quando comparada a outros meios de transporte coletivo. Outra grande vantagem destacada pelo palestrante é de aproveitamento da infra-estrutura urbana existente, utilizando-se de vias elevadas em corredores rodoviários. Segundo David, o trem faz curvas de pequeno raio, 30 metros, e pode subir e descer rampas com inclinação de até 12%.
Para Eduardo David, o MagLev abre para os físicos a possibilidade de desenvolvimento e pesquisa em novas áreas no Brasil, como o desenvolvimento de ímãs especiais, fabricação de supercondutores ou de condicionadores de nitrogênio mais eficientes.
— Achei que houve muito interesse tanto de pesquisadores quanto de alunos que estiveram presentes. Para a área de Física, o MagLev surge como uma nova perspectiva de mercado — concluiu ele, querendo dizer que a formação profissional do físico pode ir além da carreira acadêmica ,como é comum hoje.