O secretário estadual de saúde, Sérgio Côrtes, e o diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Alexandre Pinto Cardoso, inauguraram nessa quinta-feira (18/12) seis novos leitos de UTI, com monitores e respiradores. A instituição também recebeu novos equipamentos, como um tomógrafo computadorizado.
Para o secretário, o ato comemorativo, embora simbólico, deveria ser reflexivo no que diz respeito à atual situação dos hospitais universitários. “Temos que continuar sendo corajosos e falar sobre o financiamento. Não tem como uma estrutura que forma profissionais de saúde viver somente com a produção assistencial que faz. Saber e ensinar não tem preço”, declarou Sérgio Côrtes.
Para Côrtes, cerimônias de inauguração de equipamentos não deveriam ser necessárias, visto que a modernização do hospital precisa ser feita de forma habitual. “O Estado é obrigado a manter uma universidade que produz conhecimento. Temos que comemorar outras coisas, como as teses e lançamentos de novas tecnologias por nossos pesquisadores. Um evento para agradecer uma maca de alumínio demonstra que temos que refletir e mudar”, aponta o secretário.
Saúde sub-financiada
Ele considera necessário um enfrentamento com o país, pois é proposto um sistema único de saúde, considerado um dos melhores do mundo, mas apenas em termos de projeto. “Um dever de casa o Alexandre Cardoso já está fazendo no que diz respeito à gestão. Não adianta só o recurso sem a gestão. Ele está mostrando que soube superar a crise e fazer o enfrentamento, mesmo com todas as dificuldades que passou”, observa Côrtes. Ele ainda falou do sub-financiamento da saúde. “Pode acabar com o imposto que for (em relação à CPMF), mas o recurso da saúde já era insuficiente. Acho que nossos parlamentares decidem de que maneira resolver, mas temos a obrigação de fazer as cobranças”, argumentou o secretário.
— Para cada R$ 100 que gastamos ao atender um paciente do SUS, recebemos R$ 60. Essa conta não fecha. É o sub-financiamento que o secretário falou, é o enfrentamento que temos que fazer. Só dessa forma, com a nossa luta, vamos mudar esta situação — ratificou Alexandre Pinto Cardoso.