Em um mundo em que as tecnologias da informação e comunicação, a urbanização e a globalização aceleram os processos de mudança cada vez mais e mais, ao mesmo tempo em que enfrentamos uma ameaça às atividades habituais, também lidamos com a possibilidade de autonomia e capacidade de ação de qualquer parte do conjunto social.
Com o objetivo de observar as transformações da gestão urbana diante de redes sociotécnicas, fornecer elementos analíticos para uma reflexão sobre a sociedade da informação e contribuir para uma nova visão de organização social, Tamara Tânia Cohen Egler organizou o livro Ciberpólis – redes no governo da cidade.
A arquiteta e professora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), recebeu os convidados no Palácio Universitário da UFRJ, nesta quarta-feira (19/03), para o lançamento da obra.
Reinventar a política
A importância das redes, principalmente em um ambiente de esgotamento do sistema político tradicional, se deve à possibilidade que elas geram de novas organizações sociais e diferentes realizações de políticas urbanas, pois estas redes permitem a participação do cidadão nos processos de gestão das cidades, de acordo com Tamara:
– A possibilidade de associação elimina intermediações e coloca as pessoas como protagonistas do projeto de transformação da vida urbana. Queremos mostrar que uma nova base técnica pode ser utilizada pela opinião pública e que a ampliação da participação social contribui para a tomada de decisão política. Esta é a questão que nos propomos a investigar: analisar as possibilidades dadas pela tecnologia para reinventar a política.
Para atingir as metas, o livro é organizado a partir de uma coletânea de pesquisas que analisam a arquitetura das redes sociotécnicas. Estruturada em três partes – resultados teóricos e metodológicos; resultados analíticos; e estudos etnográficos – a leitura de Ciberpólis – redes no governo da cidade, é recomendável para se compreender a redefinição das relações ente Estado e sociedade, a partir da substituição de políticas urbanas tradicionais por outras formas mais interativas.