De acordo com Carlos Antônio Levy, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), a UFRJ receberá cerca de R$ 115 milhões ao longo de quatro anos, representando um repasse anual de 28,75 milhões de reais, para investimento e desenvolvimento. Afora isso, ainda serão alocados na UFRJ, recursos na ordem de R$ 195 milhões, distribuídos ao longo de cinco anos, para pagamento de pessoal (novos concursos para docentes e técnico-administrativos) e despesas correntes.
Do montante de 2008, a universidade já recebeu, no final do ano passado, uma antecipação de cerca de 60%. O restante deverá ser repassado quando ficarem decididas as orientações estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “As expectativas criadas pelo Reuni são extremamente otimistas com relação aos resultados gerais que a gente pretende obter a partir da proposta que a universidade encaminhou para a sua expansão e reestruturação. Em princípio, com horizontes de cinco anos, como previa o decreto, mas certamente com resultados que vão além desse prazo”, explica Carlos Levy.
Os reflexos da proposta de reestruturação serão sentidos na ampliação do quadro de pessoal, na infra-estrutura e no desenvolvimento acadêmico. Segundo Levi, além da expansão de oferta de vagas nos cursos de Graduação, com a inclusão de cursos novos, há a perspectiva de ampliação de espaço de interação entre as diversas áreas e de inovação em termos de propostas de cursos. “Queremos atender adequadamente as demandas da contemporaneidade, observado o desenvolvimento do conhecimento na atualidade. Ou seja, hoje a gente tem uma multiplicidade de demandas e de habilitações que fogem bastante ao quadro de profissões. Há uma necessidade urgente de se repensar a estrutura curricular, flexibilizá-la, dinamizá-la de modo que ela tenha condições de atender melhor a esse universo diversificado e mais variado que o mercado de trabalho hoje demanda, em termos de profissionais habilitados”, aponta Levi.
O campus de Xerém
Já como produto do plano de reestruturação, estuda-se a implantação, para o segundo semestre deste ano, de um campus avançado em Xerém, em colaboração com o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), a Prefeitura de Duque de Caxias e o governo do Estado do Rio de Janeiro.
A idéia é alocar novos cursos de Graduação, com cerca de 90 vagas em quatro anos em áreas como Nanotecnologia, Metrologia e Biotecnologia. O campus será em área cedida pelo Inmetro, e a construção do conjunto de prédios será patrocinada, de início, pela Prefeitura de Duque de Caxias.
Participando da empreitada, estão diferentes unidades da UFRJ – como o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCFF), o Instituto de Bioquímica Médica (IBqM), Instituto de Física (IF), Escola Politécnica (Poli) – e o pessoal técnico do Inmetro. “Essa é uma parceria interessante, pois fortalece iniciativas na área, permitindo que a UFRJ possa estender as atividades para uma região de alta densidade demográfica. Nossa participação central será na organização acadêmica dos grupos e nos recursos docentes que serão alocados nesses cursos”, explica o pró-reitor de Planejamento.
História da Arte e ampliação do rol de atuação em Macaé
A Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ) elaborou a proposta de um bacharelado em História da Arte, que terá como prerrogativa a formação de profissionais gabaritados na área. A proposta de criação do novo curso, que funcionará na Ilha do Fundão, deve ser aprovada até o final de maio deste ano pelo Conselho Universitário, a fim de ser inserido no edital do Vestibular 2009.
Além disso, em março deste ano, dois novos cursos, Licenciatura em Química no turno da noite e Graduação em Farmácia no horário da manhã, começaram a funcionar no Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem), iniciativa de interiorização da UFRJ criada em 2006.