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Estudantes discutem a criação de uma nova entidade estudantil

 Foto: Agência UFRJ de Notícias
 
Estudantes assistem atentos opinião sobre a criação de uma
nova entidade

A partir das 10h da segunda-feira, dia 18 de fevereiro, teve início no Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ uma Plenária de estudantes de diversos Diretórios e Centros Acadêmicos de Universidades de todo o Brasil, reunidos para discutir sobre a construção de uma nova representação estudantil.

O evento contou com a exibição de um documentário produzido pelos próprios estudantes, que mostra imagens de diversas manifestações estudantis e a repressão policial à qual muitas delas foram submetidas.

Após a sessão, foi aberto o espaço para que as pessoas presentes manifestassem a opinião sobre a criação de uma nova entidade representativa dos estudantes.

Para Clara Saraiva, estudante do 4º período de Serviço Social da UFRJ e integrante do Diretório Central de Estudantes Mário Prata (DCE/UFRJ), a importância dessa reunião se deve ao afastamento da União Nacional dos Estudantes (UNE) da realidade estudantil. “A UNE tem passado por um processo de burocratização, além de desrespeitar a vontade dos estudantes, agindo de modo antidemocrático”, acredita Clara.

A estudante ainda defende: “durante o atual governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a UNE tem apoiado toda e qualquer política educacional governamental. Um exemplo é o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), rejeitado pela grande maioria de nós, estudantes, pois acreditamos que é uma forma de privatização da Educação Superior Pública, por financiar o ensino privado e atrelar as pesquisas ao interesse de empresas, enquanto o ideal seria a ampliação de vagas em universidades públicas de qualidade. Esse Plano recebe apoio declarado da UNE”.

A estudante ainda esclarece que essa discussão começou com o resgate do movimento estudantil, que teve início com a ocupação da Universidade de São Paulo (USP) e foi seguida por diversas ocupações de reitorias em outras Universidades, em manifestação contra a implantação do Reuni e que foram reprimidas inclusive pela própria União Nacional de Estudantes. “Um grande número de estudantes, entidades estudantis, executivas de curso, diretórios e centros acadêmicos de todo o país resolveu por esse motivo discutir sobre a necessidade de uma nova entidade estudantil, organizada a nível nacional, que pudesse aglutinar e dar um caráter mais forte e unificado para nossas lutas, resgatando os princípios que a UNE tinha antigamente, como na luta contra a ditadura, pelo ‘Fora Collor’, pelo ‘Petróleo é Nosso’, e tantos outros movimentos que buscam o exercício da democracia”, afirma Clara Saraiva.

Ela destaca ainda a importância de que essa possível entidade estudantil tenha independência em relação aos governos e reitorias e que resgate a aliança com a classe trabalhadora: “nossa luta não está isolada das lutas sindicais, de movimentos populares, do Movimento dos Sem Terra (MST) e de tantos outros setores. A importância de um novo projeto não é apenas em defesa da nossa educação pública, mas pela transformação da sociedade”, deseja a estudante.