Em 1957, uma animada turma de estudantes da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil comemorava sua formatura, realizando o sonhado objetivo de se tornarem médicos. Ontem, dia 21 de novembro, 50 anos após a festiva data, se reencontram em evento realizado na agora chamada Universidade Federal do Rio de Janeiro, reencontrando antigos amigos, hoje profissionais renomados, e rememorando histórias do antigo tempo de universitários.
A comemoração pelo Jubileu de Ouro aconteceu no salão Pedro Calmon, organizado por Alfredo Fernandes de Carvalho, médico e ex- aluno da Universidade do Brasil, contando com a presença e participação de Sílvia da Silveira Melo Vargas, vice-reitora da UFRJ e reitora em exercício, Beatriz Resende, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, George Bittencourt Doyle Maia, reitor da Universidade Santa Úrsula (USU) e ex-professor de histologia da FNM da Universidade do Brasil, Aníbal Gil Lopes, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), e diversos formandos da turma de 1957.
O evento começa com a execução do Hino Nacional, seguido por um minuto de silêncio em memória dos amigos de turma e pacientes falecidos ao longo destes 50 anos de exercício da profissão. Após esse primeiro momento, Alfredo Carvalho faz o discurso de abertura, engrandecendo a importância da UFRJ em sua excelência no ensino e relembrando seus dias de universitário, lastimando a demolição do antigo prédio da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha. “Neste salão, que leva o nome do nosso então querido reitor dos tempos de universitários, o professor Pedro Calmon, relembro-me de momentos passados em nossa faculdade. Imaginem então, se esta reunião se desse em nossa casa rosa e branca da Praia Vermelha? Quantas memórias e nostalgias surgiriam em nosso espírito? Se pudesse, colocaria uma lápide eterna no terreno onde ela existia, com os dizeres ‘aqui jaz a Faculdade Nacional de Medicina, fábrica de conhecimento e amor, derrubada pela intolerância’”, lamenta o médico, que ainda destaca que todo o merecimento do evento deve-se à presença de cada um dos ex-estudantes ali reunidos.
Em seguida, Rosane Vergueiro Goulart, Alzira Ferreira e Maria Ângela Marchevisky, médicas também formandas de 1957, representaram a turma em homenagem a George Doyle Maia, que à época foi um dos primeiros professores a lecionar para eles, entregando em mãos uma placa de agradecimento pela excelência e dedicação ao ensino. “Essa lembrança é uma homenagem a todos os professores na pessoa de George Doyle Maia”, lembra Rosane.
O professor lembra em seu discurso de agradecimento que existem várias coincidências que unem sua história ao jubileu de ouro que é comemorado. “Fui examinador do vestibular desta turma, que entrou em 1952. No livro que fiz, sobre a história da Faculdade Nacional de Medicina, tem uma foto de calouros daquele ano, onde podemos reconhecer muitos dos aqui presentes”, lembra o professor, que também destaca a preservação da Sala da Congregação, mobiliário presente no Salão Pedro Calmon, que ficava na FNM, e à presença da vice-reitora Sílvia Vargas, formada em Medicina no ano de 1968, que foi monitora de histologia.
A vice-reitora e Beatriz Resende congratularam a turma pelos 50 anos de formatura. Para Silvia Vargas, “A UFRJ se sente honrada com a presença de tão ilustres representantes da classe médica brasileira e não se considera apenas a sede física desse ato festivo. Há em torno dessa cerimônia laços muito fortes pelo percurso comum ao longo de tantos anos de existência”, enfatiza, comparando aos 199 anos de existência da Faculdade de Medicina.
Ao fim da cerimônia, é inaugurada também uma placa em homenagem ao jubileu de ouro, que será pregada no atual prédio da Faculdade de Medicina da UFRJ, na Ilha Universitária. A festividade é então encerrada com os formandos de 1957 da Faculdade Nacional de Medicina, reunidos para mais uma fotografia, que certamente marcará a história da UFRJ, a eterna Universidade do Brasil.