Na terça-feira, 14 de agosto, aconteceu a cerimônia de inauguração da Sala de Amamentação da Maternidade Escola da UFRJ, localizada no bairro das Laranjeiras. Houve atrações como Dança do Ventre e coquetel de confraternização, além da visitação à mais nova sala de consultas do ambulatório.
O evento iniciou com muita festa, dança e cultura. As dançarinas do ventre se apresentaram para todo público, inclusive as futuras mamães, que prestigiaram a inauguração. A proposta desse “balé do oriente” foi destacar a importância milenar da relação mãe e filho e esclarecer que a Dança do Ventre enuncia a essência da mulher: “A mulher movimentava a região do ventre para que os deuses da fertilidade lhe concedessem bons filhos, descendentes perfeitos” disse Claudia Sartore, uma das dançarinas. A dança também tem relação direta com a sala inaugurada: “A Dança do Ventre não tinha esse nome, era Dança Sagrada, que a princípio era realizada como agradecimento aos deuses pelo corpo, pela capacidade de gerar a vida e por amamentar”, declarou Claudia.
A coordenadora do ambulatório e idealizadora da Sala de Amamentação, Iris Basilio, falou sobre a importância desse novo consultório para a mãe e o bebê: “Quando a sala foi projetada pensou-se em um lugar que servisse de referência para a mãe que desenvolvesse dúvidas sobre a amamentação. Acreditamos que o melhor a se procurar seria o local onde ela concebeu seu bebê, onde ela pudesse ter essa assistência”, revelou. No entanto, o conforto das pacientes é tão importante quanto à orientação: “Na Sala de Amamentação haverá consultas de enfermagem, com a vantagem de que qualquer profissional habilitado para informar sobre amamentação terá um local propício. Por isso criamos esse cantinho acolhedor, humanizado, para a mãe não sentir como se estivesse em um ambiente hospitalocêntrico, mas como se estivesse em casa”, explicou Iris.
A coordenadora comentou o furor causado pela notícia de uma sala somente para amamentação: “Quando começamos a divulgar, as pacientes ficaram em polvorosa perguntando quando seria a inauguração, já que elas se sentem muito sozinhas quando saem daqui. Os funcionários também ficaram muito felizes, tivemos um grande número de adesões. Esse projeto não é meu é de toda a maternidade, porque contou com a participação de todos”, declarou. Íris aproveitou e explicou como será o sistema de consultas da Sala de Amamentação: “É como em qualquer outro consultório. No alojamento conjunto, a mãe que precisar de orientação terá um cartão em que ela poderá agendar uma consulta; e a mãe que apresentar uma dificuldade no aleitamento após a alta, receberá um convite e poderá retornar para consultas até os seis meses de vida do bebê”, disse.
A relevância de uma sala para esse tipo de orientação vai além das consultas: “Estamos apostando nossas esperanças na sala com o propósito de dar conta de toda essa problemática que envolve as mães, porque são inúmeros casos, e muitas acabam desistindo do aleitamento por falta de suporte”, afirmou Iris Basilio.
Segundo Rita Bornia, diretora do hospital, a Maternidade Escola está empenhada em ser amiga da criança. Mas para que isso aconteça, deve-se criar espaços de referência e apoio para todas as nutrisses, nas dependências do hospital ou em outro lugar de encaminhamento: “A Maternidade Escola ainda não estava cumprindo esse passo, então achamos importante a iniciativa de criar um ambiente para que a mãe pudesse ter orientação a seu dispor. Daí a idéia da Sala de Amamentação, que com a chegada da Iris tornou-se um projeto. Mas já havia um desejo antigo, e contou com o apoio de todo o corpo de enfermagem e da direção”, declarou Rita.
A diretora esclareceu que a sala está aberta aos profissionais do hospital: “É uma sala de toda a maternidade, porque todos os profissionais da área de saúde que trabalham na Maternidade Escola são treinados em técnicas para a boa amamentação. Essa sala está disponível para qualquer funcionário da equipe de saúde que precise orientar, fazer uma prescrição, um aconselhamento ou uma observação de mamada. A sala não é exclusiva de nenhum corpo médico e nem do ambulatório”, afirmou Rita Bornia.