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Reitor recebe estudantes no Dia Nacional de Mobilização

 Membros da direção do DCE e representantes do movimento de greve dos servidores da UFRJ foram recebidos pelo reitor Aloísio Teixeira, na última quarta-feira, 6 de junho, “Dia Nacional de Mobilização”, organizado pela UNE (União Nacional dos Estudantes), para assegurar o apoio às reivindicações estudantis nacionais e questões internas da UFRJ.

O reitor garantiu o respaldo às reivindicações estudantis pela derrubada do veto ao Plano Nacional de Educação (PDE), garantindo o investimento de 7% do PIB em educação e apoio a uma maior autonomia administrativa e de gestão financeira para as universidades públicas. Quanto à criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil, assegurando a construção de restaurantes universitários, creches, moradia estudantil e transporte, “nossa posição é de absoluto apoio à reivindicação de políticas de assistência estudantil e estamos inteiramente com vocês nessa luta”, assegurou Aloísio Teixeira.

A reunião foi parte das ações organizadas em âmbito nacional pela UNE em diversas universidades do país. Os estudantes entregaram uma carta de reivindicações ao reitor. O coordenador do DCE e integrante do Caco, Bruno Freitas, defende que “hoje, o movimento estudantil tem que apresentar propostas e essa mudança de postura revela uma maior democracia interna”.

O apoio da universidade a grande parte das pautas estudantis foi visto de forma positiva pelos integrantes do DCE, que acreditam que a união de alunos e reitoria traz unidade e força políticas às reivindicações. “Os estudantes sabem do peso que os dirigentes universitários têm junto ao governo para que essas reivindicações sejam atendidas”, argumenta a diretora executiva da UNE, Daniele Costa.

A necessidade de implantação de políticas de assistência estudantil é a pauta prioritária  defendida pelos estudantes no plano nacional. “O plano de assistência estudantil é uma condição para a democratização de acesso à universidade”, aponta a coordenadora de DCE, Miriam Starosky. No âmbito interno, estabelecer uma data para a entrega do bandejão e garantir espaço para acompanhar sua construção era o ponto chave.

O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), Carlos Antônio Levi, assegura que “existe um empenho da reitoria em cumprir as etapas do cronograma de construção do bandejão e a obra do restaurante central já começou”. A reitoria reafirmou a promessa de entrega do restaurante do Hospital Universitário no início de setembro desse ano, enquanto o restaurante central, que teve a primeira parte da obra orçada em 4 milhões, deve ficar pronto até março de 2008.

Os estudantes acreditam que as questões específicas da UFRJ ainda não foram totalmente debatidas, como a reforma elétrica dos alojamentos, a ampliação de linhas intercampus e o bandejão, que embora aprovado em Conselho, ainda gera divergências. Uma outra reunião já foi agendada para o dia 20 de junho. Os estudantes querem garantir o acompanhamento e a execução de medidas já aprovadas como a ampliação de linhas entre os campus e a reforma elétrica do alojamento. A reitoria reafirmou seu compromisso de implementar essas medidas: “quero incluir uma pauta de financiamento com o Banco do Brasil para não só reformar como construir um novo alojamento, mais moderno e equipado do que esse”, revelou Aloísio. Porém, ressaltou as dificuldades financeiras da universidade: “não adianta eu dizer que vou fazer se não tenho dinheiro. Nesse ano de 2007, estamos trabalhando com um déficit de 30 milhões de reais e carregaremos dívidas para o ano que vem”. 

Diante da manifestação do desejo dos estudantes em instituir eleições diretas para reitor e maior participação dos estudantes nas instancias da universidade, Aloísio afirma que “a efetiva democratização passará muito mais pela conquista gradual da participação dos estudantes e técnicos-administrativos no colegiado do que pela eleição direta do reitor”.

Estudantes solidários com a greve dos servidores

A presença de integrantes do Sintufrj veio reforçar o apoio dos estudantes a greve dos servidores e o apoio dos servidores às reivindicações estudantis. “Os técnicos-administrativos entraram numa greve de resistência à privatização da universidade pública”, disse Daniele Costa.  A representante do Sintufrj, Vera Barradas, aponta que durante os governos FHC e Collor a categoria lutou para abrir mesas de negociações e assegurar seus direitos; no governo Lula eles lutam pela ampliação dos benefícios. A reitoria também manifestou seu apoio a greve, a qual considera legítima.

No dia 30 de maio, os servidores da UFRJ aderiram à greve nacional organizada pela Fasubra (Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras), que conta com a participação de 36 Instituições de Ensino Superior. O principal ponto da mobilização é a luta contra as recentes medidas governamentais para o funcionalismo público.

Os servidores em greve lutam para estabelecer três salários mínimos de piso salarial, estender o auxílio-saúde para os servidores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e contra o PLP 01 – que congela, até 2016, os salários dos técnicos-administrativos, hoje com o pior piso do serviço público – contra a lei antigreve e a transformação de hospitais universitários em fundações estatais.

A continuidade por tempo indeterminado da greve dos servidores foi aprovada por unanimidade na assembléia da última terça-feira, no Quinhentão. O movimento grevista tenta assegurar suas reivindicações junto ao Ministério da Educação e o Ministério do Planejamento, mas Vera garante que o “apoio das reitorias das universidades é importante para que eles obtenham sucesso nas negociações”. Ela defende, ainda, que ”é preciso mobilizar toda a categoria e fazer atos nas ruas”.