O Festival UFRJmar reúne, em suas exibições, cerca de 700 pessoas, entre elas estudantes e professores, que se integram na realização de atividades interdisciplinares.
Nesta 9ª edição, todo trabalho é voltado para a população de Cabo Frio, que entra em contato com a produção científica da UFRJ, geralmente concentrada na capital do Rio de Janeiro. Estima-se que as atividades do Festival – oficinas distribuídas entre os Pólos da Praia do Forte, Praia das Palmeiras e Marly Capp – irão atender em torno de 65 mil pessoas.
Foto: Marco Fernandes |
– A formação dos alunos não deve ficar restrita aos muros e às salas de aula da Universidade -, declarou Laura Tavares. Para ela, o projeto UFRJmar representa plenamente essa importante ação de levar a universidade para comunidades do interior, além de representar experiência e aprendizado únicos aos estudantes que se propõem a participar do evento. No Festival, “A educação – formadora e portadora de cidadania – e o trabalho andam juntos”.
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Hélio de Mattos chamou a atenção para a presença significante da prefeitura de Cabo Frio no Festival, com todo seu secretariado, o que demonstra uma importante valorização do projeto. Segundo Fernando Amorim, a realização de mais uma edição do UFRJmar em Cabo Frio representa um aprofundamento na relação entre a Universidade e a prefeitura do município, que tende a se ampliar cada vez mais.
Valorização do trabalho
Durante a cerimônia do Teatro Municipal, também houve a apresentação do curso “Tec-Naval”, uma parceria da UFRJ com a prefeitura de Cabo Frio e o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. A Idéia inicial era realizar um programa de qualificação técnica para indústria naval em três etapas: um curso pós-técnico, para os que não conseguiram colocação no mercado de trabalho; uma formação de centros de qualidade, para atender escolas de Ensino Médio; e um curso voltado para a população sem formação em ensino superior, que almeja entrar para o mercado.
O curso acabou voltando-se para essa última etapa, defendendo o ensino de qualificação “para o trabalho e pelo trabalhador”, buscando abranger não apenas a indústria naval de base (aço, alumínio), mas também o setor náutico, que lida com outros materiais, como madeira, por exemplo.
Aparecida Tiradentes dos Santos, doutora em Educação e pesquisadora
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adjunta em Educação Profissional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ressaltou a importância das questões em torno da empregabilidade e do trabalho. Segundo ela, “O trabalho não é apenas uma fonte de recursos materiais; a qualificação profissional, antes de tudo, nos constitui como seres humanos”, afirmou a pesquisadora.
Início das oficinas do UFRJmar: muita animação
No dia 23 de maio, as oficinas do festival iniciaram suas atividades. Sorrisos, alegria e muita correria para poder participar de todas as oficinas, estava presente em crianças, adolescentes e adultos que lotaram o evento.
– É um evento excelente, com uma proposta animadora para Cabo Frio. Com a participação intensa das crianças, eles conseguem transmitir informações e resgatar a nossa cultura. Tudo isso de forma lúdica e divertida. Todos os nossos alunos ficam ansiosos para o festival e quando chegam aqui e vêem toda essa estrutura ficam admirados -, relatou a professora Ana Claudia Trindade, da Escola Municipal Etelvina Santana da Fonseca.
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Segundo a aluna da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ) Viviane Martins, a oficina de Dança Folclórica consegue agrupar criatividade, brincadeira, dança, música e cultura. “A criança tem a oportunidade de criar brincadeiras novas e mudar brincadeiras antigas. Também são apresentadas a elas as brincadeiras e danças mais antigas, como realmente eram, levando-as de forma lúdica ao resgate da cultura”, explica Viviane, coordenadora da oficina.
Além da parte cultural, as oficinas abordam outros temas. A “Janelas Abertas Sobre o Corpo” busca trabalhar com movimentos que imitam o que o nosso corpo faz quando está no mar. “Balanço, deslizes, consciência corporal e a relação interpessoal é muito trabalhada aqui na nossa oficina. E fazemos tudo isso brincando com as crianças”, conta Isabel Blanc, aluna da EEFD.
Os esportes também são levados a sério no Festival. A oficina “Esportes do Litoral” leva para a areia os fundamentos do basquete, do handball, do futebol e do vôlei de praia. “Queremos passar os fundamentos desses esportes de forma lúdica e assim desenvolver a cooperação e passar lições de cidadania para os moradores de Cabo Frio”, explica Raquel Magalhães, coordenadora da oficina.
Existe também uma grande estrutura para os esportes aquáticos. A
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“Oficina Surf”, que veio do “Projeto Surf”, conta com quatro etapas muito interessantes. Primeiro as crianças passam por aparelhos de equilíbrio para começarem a sentir como é estar em pé numa prancha. Após um aquecimento, elas partem para o mar, algumas ainda receosas, outras muito ansiosas. A quarta etapa é uma novidade muito interessante. Foi montado um stand de arte, onde as crianças podem pintar as emoções que sentiram no mar.
– Nosso objetivo não é só ensinar a ficar em pé na prancha, queremos educar através do surf. Trabalhar socialização, respeito, conhecimentos ambientais e fenômenos naturais da região. No caso de Cabo Frio, foi a ressurgência. Queremos também educar para o surf, ensinando algumas regras do esporte, como respeito aos surfistas mais antigos. – explica Raquel Pinto Linhares, aluna da EEFD e uma das coordenadoras da oficina.
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A oficina mais querida pelas crianças é a “Muro de Escalada”, que busca promover a vivência da escalada para crianças que muitas vezes nem sabem o que é o esporte. “É muito legal trabalhar a idéia de superação nas crianças. Muitas vezes elas param no meio da escalada e dizem que não conseguem mais, aí a gente dá uma força. Vocês não tem idéia do quanto é gratificante ver o sorriso delas quando conseguem chegar lá em cima”, afirmou Bruna Muniz, aluna da EEFD.
Outras oficinas como a de “Capoeira”; a de “Construção de Prancha”, que ensina às crianças a fazerem modelos de prancha de surf de 50cm; a de “Strip-Plancking”, que ensina, com modelos miniaturas, a construção de embarcações de madeira pelo método das ripas; a “Sou Feliz de Boca Limpa”, que objetiva promover a saúde bucal das crianças, com demonstrações, gincanas, distribuição de kits, apostilas para professores e panfletos para os pais; e muitas outras, marcaram o animado primeiro dia do 9º Festival UFRJmar.