O Estado do Rio de Janeiro é abastecido por duas grandes bacias hidrográficas, a Bacia do Rio Paraíba do Sul e a Bacia do Rio Macaé. E é por essa razão que o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NUPEM), da UFRJ, vem implantando cada vez mais medidas para a recuperação e preservação dessas águas, principalmente do Rio Macaé.
Segundo o professor Francisco Esteves, diretor do NUPEM, Macaé é a cidade do estado que mais cresce atualmente em economia e população, que na maioria das vezes se instala nas áreas marginais ao Rio Macaé. Além de sediar o maior complexo petrolífero do país. “92% do petróleo brasileiro e 57% do gás vem da bacia de Campos, é uma região vital para economia brasileira, e todo abastecimento de água das plataformas vem do Rio Macaé”, afirma o diretor.
E para desenvolver a conscientização necessária para a conservação desse rio que o NUPEM organizará no próximo dia 17 a Oficina: Bases Científicas para gestão do Rio Macaé. A oficina é uma iniciativa da UFRJ para estabelecer ações concretas para preservar a água e a biodiversidade que existe no rio e é aberta a profissionais especializados, para o Comitê de Bacia do Rio Macaé e para membros de ONGs ligadas à recuperação e preservação do rio.
– O Rio Macaé está muito degradado, a mesma população que utiliza suas
O rio Macaé, próximo à foz, expõe marcas da poluição ambiental |
águas é aquela que o polui, por isso é tão necessária a interiorização da Universidade. É um meio de integrar a academia (ciência) aos usuários e levar também conscientização. O NUPEM age como fomentador de desenvolvimento da região. Inclusive, entidades importantes como a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA), a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e a Petrobrás estão dando um apoio muito grande à nossa oficina e à todas as nossas medidas. A Petrobrás oferece toda a infra-estrutura para o evento e representantes de todas essas empresas estarão presentes na Oficina. Se o petróleo acabar, um dia, ele pode ter um substituto, a água não. A água é o ouro azul deste século -, explicou Francisco.
Outro fator importante lembrado pelo biólogo foi o chamado por ele de “indústria da água mineral”. Segundo dados estatísticos, no norte do Rio de Janeiro existem famílias que gastam até 60% de sua renda comprando águas minerais, quando essa renda poderia ser utilizada para saúde e educação. Cada vez mais a qualidade da água tem ficado pior e o seu tratamento mais caro. Isso pode ser evitado com a conscientização e uma ação coletiva de preservação, tanto da água como da biodiversidade do rio.