Foto: Marco Fernandes |
Politicamente, percebo nesta universidade e hospital, um espaço estratégico no fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde |
O ministro do Estado da Saúde, José Gomes Temporão, inaugurou hoje, 7 de maio, o Centro de Estudos e Pesquisas em Doenças Infecciosas e Parasitárias (CEPEDIP) e o Programa de Atendimento Domiciliar Interdisciplinar (PADI), do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) na presença de diversas autoridades políticas e acadêmicas.
O Centro de Estudos, que tem como objetivo unificar e impulsionar as pesquisas relacionadas à área, será um Centro de excelência em pesquisa que, além de reunir pesquisadores de diferentes especialidades em doenças infecciosas e parasitárias, permitirá a interação direta entre os pesquisadores e o serviço de Doenças Infectos Parasitárias e o HUCFF.
Uma das principais linhas de pesquisa será em HIV, e, como uma forma de homenagem a memória do Betinho, o CEPEDIP terá o nome de Centro de Estudos e Pesquisas em Doenças Infecciosas e Parasitárias Herberth de Souza. “O CEPEDIP é mais uma prova do incentivo que vem sendo dado às pesquisas, fazendo parte da Divisão de Pesquisas criado no final do ano passado, em conseqüência da expansão desse segmento no HUCFF”, afirma o diretor da unidade, Alexandre Pinto Cardoso.
O diretor do HUCFF creditou boa parte desse intento ao professor Horácio
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José Gomes Temporão, ministro da Saúde e Alexandre Cardoso (diretor do HUCFF) inauguraram CEPEDIP e novas instalações do PADI |
Macedo, ex-reitor da Universidade, que, segundo ele, apresentou ao Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) esta necessidade e sustentou o ponto de vista acadêmico, entendendo que a universidade e a reitoria eram instâncias acadêmicas. “Herbert de Souza, o Betinho, capitaneou, do ponto de vista político, junto com o projeto científico da universidade, a obtenção dos recursos para os primeiros laboratórios”.
O PADI é composto por uma equipe multidisciplinar criada em 2001 com o objetivo de desospitalizar, humanizar e otimizar leitos do hospital. Está focado, também, no ensino e pesquisa. O programa, em parceria com o SAD – Serviço de Atenção Domiciliar da AP-31 e com o PADI do Hospital Paulino Werneck, vem atendendo a demanda dessa área. O perfil da clientela está focada no idoso com doenças crônicas degenerativas, dependentes para o auto cuidado.
A ampliação da área física do PADI foi possível através de emenda parlamentar do então deputado Antonio Carlos Biscaia, atual secretário Nacional de Justiça. “Eu sempre tive uma preocupação muito grande com a área da saúde, apesar de trabalhar em outra área. Eu me sinto feliz e realizado que uma emenda parlamentar encaminhada seja liberada e executada com um objetivo correto e limpo, em um momento que se sabe que as emendas parlamentares são utilizadas para outros fins”, declarou Biscaia.
O Programa de Atendimento Domiciliar, inserido claramente na linha do cuidado, também registra um esforço, que ao longo deste tempo, transformou este programa e trouxe melhores condições para dentro do hospital. “As coisas não começam conosco, e nem se encerram conosco. É necessário um trabalho de continuidade, que nosso hospital tem que ter. Temos cumprido este papel, ao criarmos a divisão de pesquisa. Espero contar com todos para que o hospital prossiga na sua trajetória de êxito”, disse Alexandre Cardoso.
Sistema Único de saúde
Segundo o ministro, politicamente existe na UFRJ e no HUCFF um espaço estratégico no fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Foto: Marco Fernandes |
Ministro recebe homenagem durante a solenidade |
Para ele, existem alguns desafios dessa gestão. “Uma dimensão pouco trabalhada e pensada, nós retomamos a discussão da determinação social da doença e inter-setorialidade como categoriais centrais no processo de construção do nosso sistema de saúde. Sabemos que parte significativa dos determinantes do processo de adoecimento e mortes está fora do setor de saúde”, declara o ministro.
O SUS atende 150 milhões de pessoas, e há menos de 20 anos tínhamos, no Brasil, duas categorias de pessoas: os que tinham acesso à assistência médica e previdenciária e os outros brasileiros que não tinham direito a nada e viviam na precariedade. “Com a Constituição de 1988, isto foi radicalmente revertido. Hoje, o SUS é um sistema muito criticado aqui e muito estudado lá fora. Diversos jornais e revistas no exterior discutem como um país tão grande e problemático tem a petulância de fazer pesquisa em células-tronco. É exatamente esta complexidade que nos estimula”, afirma Temporão.
Homenagem
O ministro Temporão recebeu uma placa comemorativa das mãos do
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Médicos, professores e profissionais da área de saúde lotaram o auditó- rio durante o evento |
professor Clementino Fraga Filho. “Queria agradecer muito esta homenagem. Esta visita tem um sentido político e também sentimental. Eu me formei em 1977 e vivi este hospital muito de perto. Estamos fazendo 30 anos de formado este ano e espero que nossas comemorações façam jus à memória e objetivo da nossa gloriosa turma. Politicamente, venho perceber e compreender aqui nesta universidade e hospital um espaço estratégico no fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde. Estamos passando por um momento político, a meu ver, muito instigante, mas também nos coloca muitos desafios”, disse emocionado o ministro da Saúde.
Para finalizar, a reitora em exercício, Sylvia Vargas, disse que o HUCFF tem encontrado um equilíbrio entre os objetivos fundamentais da universidade, ensino e pesquisa e as exigências da comunidade. “O HU cresceu sem perder suas raízes universitárias, muito embora tivesse que desempenhar com enorme esforço a tentativa de integrar a pesquisa básica e clínica e a testagem de novas tecnologias de diagnóstico”.