O Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporânea (NIPIAC) da UFRJ realizou no dia 14 de março a Conferência Dificuldades da Linguagem e Desempenho Escolar, no Instituto de Psicologia (IP). A palestra contou com a presença da professora titular da disciplina de Necessidades Especiais, do Instituto de Educação da Universidade de Londres, doutora Julie Dockrell.
Ao realizar a abertura do evento, a professora Jane Correa atentou para a peculiaridade do trabalho desenvolvido pela psicóloga Julie Dockrell: “um olhar sensível para as dificuldades das crianças, mas também para o potencial”.
A conferência, que teve apoio da Faperj, contou com transparências e comentários em português da pesquisa que Julie realizou na Inglaterra, com crianças de 8 a 16 anos que demonstraram ter dificuldade de aprendizado.
Em primeiro lugar, a psicóloga priorizou a exposição dos critérios de avaliação, exames e diagnósticos nas dificuldades de linguagens específicas. Entre eles estão a análise do vocabulário, memória para sentenças, repetição de palavras inventadas, marcação de tempos verbais e sensibilidade lingüística. Outra ferramenta é a percepção da professora quanto ao desempenho expressivo e receptivo da criança na aprendizagem da aquisição oral.
Segundo a palestrante convidada, sua pesquisa objetivou examinar as dimensões educacionais e sociais de crianças com deficiência específica de linguagem e comunicação na Inglaterra.
Na primeira fase, a pesquisadora ouviu pais, professores e as próprias crianças, que, na época, tinham 8 anos. Quando os pequenos atingiram 12 anos, a avaliação focou-se na transição para o ensino secundário, que não prioriza mais o aprendizado da linguagem, pois se acredita que ele esteja completo. Essa lógica, porém, não atinge a todos.
O estudo, financiado pelo governo inglês, tem esperança que os resultados mudem a maneira como as pessoas vêem a linguagem no ensino infantil. Julie afirmou que seu maior desejo é que professores de 5° a 8° série, através do conhecimento dos dados coletados, dêem valor e não se esqueçam do ensino da linguagem como instrumento para o bom desempenho acadêmico.