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Memória

Morte de Pinochet traz esperança para o Chile

No dia 10 de dezembro o ex-ditardor chileno Augusto Pinochet faleceu após sofrer um ataque cardíaco e um edema pulmonar agudo. Pinochet governou o Chile sob um regime ditatorial entre os anos 1973 a 1990 e segundo Jessie Jane, professora de História Contemporânea e atual diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, foi um dos maiores defensores da perseguição aos comunistas.

 No dia 10 de dezembro o ex-ditardor chileno Augusto Pinochet faleceu após sofrer um ataque cardíaco e um edema pulmonar agudo. Pinochet governou o Chile sob um regime ditatorial entre os anos 1973 a 1990 e segundo Jessie Jane, professora de História Contemporânea e atual diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, foi um dos maiores defensores da perseguição aos comunistas.

Pinochet entrou para a vida política quando assumiu o governo de Chile através de um golpe militar que bombardeou o palácio presidencial e depôs o presidente Salvador Allende. Durante os 17 anos de seu governo, Pinochet reprimiu a antiga coalizão União Popular, ligada ao antigo regime socialista, perseguindo seus membros e aliados.

Os movimentos de direitos humanos que estudam o caso denunciam que durante esses anos 3.000 pessoas foram mortas ou dadas como desaparecidas no país. Jane explicou que a população chilena é extremamente politizada e que mesmo dentro das instituições militares houve um racha entre defensores e contrários ao regime. “Vários militares também sofreram perseguição política, foram torturados e mortos”.

Pinochet foi também um defensor do modelo do liberalismo econômico. Durante o regime militar chileno Pinochet incentivou o livre ingresso de capital estrangeiro no país e cancelou o processo de estatização implantado por Allende. Segundo Jane, nessa época houve um considerável avanço econômico, porém as diferenças sociais e a exclusão se acentuaram. 

Augusto Pinochet deixou o governo após um plebiscito, em 1990, quando a população rejeitou a sua permanência no governo. Oito anos mais tarde Pinochet foi detido em Londres e acusado dos crimes de genocídio, terrorismo e torturas. A professora Jane defendeu que apesar do processo não ter sido concluído pela justiça, o ditador foi condenado pela História.

Depois da morte do ditador ter sido anunciada, a população saiu às ruas e realizou diversas manifestações de apoio e de oposição. De acordo com a professora, membros da elite burguesa e pessoas ligadas ao interesse internacional segue defendendo as idéias de Pinochet. Por outro lado, o movimento popular oposto ao ditador organizou atos em homenagem ao presidente Salvador Allende em frente do seu monumento na capital chilena.

“A imagem de Pinochet sempre foi muito importante para o grande capital e, devido à grande força que possui, a sua ausência física tende a ajudar na ampliação da democracia e na instauração de um modelo econômico democrático e que privilegia a inclusão e as oportunidades iguais. Por isso, sua morte pode representar uma forma de descompressão. Até hoje, por exemplo, a constituição que vigora no país não foi modificada, é essencialmente a mesma do período ditatorial”, destacou a diretora do IFCS.