A reitoria redigiu a proposta do Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional (PDI) para a UFRJ. Esse pré-projeto está sendo encaminhado às diversas unidades da universidade para avaliação. Cada congregação irá analisar o documento e sugerir mudanças. Através de reuniões com os colegiados, o reitor Aloísio Teixeira pretende discutir as diretrizes do plano, reunindo idéias para reformulações no texto. Ao término dessas discussões, a versão final será entregue ao Conselho Universitário (Consuni) para aprovação.
A reitoria almeja ouvir as congregações até o final do primeiro semestre de 2006 e redigir o texto final em meados do segundo semestre desse ano. “Realizamos uma proposta de PDI para apresentar à comunidade por acreditarmos que nada deve emanar apenas da reitoria. Fazemos questão de ouvir sugestões de todas as unidades e segmentos”, afirmou a vice-reitora da UFRJ, Sylvia Vargas.
O PDI, modelo de gestão que objetiva planejar as atividades da instituição nos próximos cinco anos, é uma determinação da Lei de Diretrizes e Base (LDB). Segundo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), cada instituição federal de ensino superior deve elaborar e aprovar em instâncias internas o seu próprio PDI. As principais universidades públicas federais já possuem um plano aprovado por seus colegiados. A UFRJ inicia esse processo tardiamente, em virtude da crise institucional por que passou nos últimos anos.
A proposta do PDI baseia-se na manutenção da excelência do ensino, pesquisa e extensão e na renovação dos diversos setores da instituição. Através de medidas corretivas, o plano pretende pensar o futuro da universidade, eliminando falhas que, desde a criação da UFRJ, na década de 20, impedem seu pleno desenvolvimento.
Propostas podem solucionar problemas históricos
A UFRJ enfrenta graves problemas constitutivos, que não foram solucionados ao longo dos anos. A ausência de integração entre as unidades acadêmicas é um ponto marcante na história da universidade. A fragmentação é responsável pela duplicação de gastos e pelo excesso de burocracia em alguns setores, além de contribuir para a superposição de funções e para o desperdício de materiais e recursos humanos.
O PDI passa a ser um critério comum para a definição de prioridades e funcionará como princípio integrador, já que estabelece objetivos globais a serem atingidos em conjunto pelas unidades da instituição. Segundo o chefe do Gabinete do Reitor, João Eduardo do Nascimento Fonseca, o plano seria a solução para o problema da fragmentação. “A UFRJ já surgiu fragmentada e continua assim até hoje, o que impede o estabelecimento de metas coletivas. O PDI, nesse sentido, é um documento fundador, pois ele é o primeiro projeto de planejamento comum da Universidade”, salienta João Eduardo.
Um outro traço inerente à universidade a ser superado com a implantação do PDI é o caráter elitista do processo de seleção de novos alunos. O vestibular é criticado por favorecer estudantes da rede privada de ensino em detrimento dos alunos provenientes de escolas públicas. Com a aprovação do PDI, o vestibular deixa de ser a principal via de acesso à universidade e, com isso, o processo de seleção passa a ser menos competitivo e mais democrático. Existe ainda a intenção de aumentar o número de cursos oferecidos, inclusive os noturnos, e o número de vagas dos cursos de graduação e pós-graduação já existentes.
Expectativa
As decanias, institutos, faculdades e escolas já começaram a agendar as reuniões para discutir com a reitoria as diretrizes do PDI. A primeira delas será realizada pelo Instituto de Química (IQ) no dia 9 de maio. Na proposta, está prevista a construção de um prédio próprio para o IQ. “Precisamos de um prédio que ofereça condições de infra-estrutura para o funcionamento das atividades”, reivindica Cássia Turci, diretora do IQ.
A participação no processo de interiorização da UFRJ, através da implantação de um curso de graduação de Química no Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (NUPEM), e a continuação dos trabalhos que o IQ realiza junto à comunidade são algumas das solicitações que Cássia fará à reitoria. “Muitos projetos que integram a proposta do PDI já existem dentro da UFRJ. A questão seria fortalecer e direcionar esforços para que consigamos realizá-los”, afirma a diretora.
O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) marcou a primeira reunião interna para o dia 2 de maio. O encontro com o reitor está previsto para a data de 6 de junho. Uma das pautas da discussão será o posicionamento da universidade em relação às tecnologias produzidas pela COPPE. Ângela Uller, diretora da COPPE, aprovou as medidas da proposta. “Uma universidade bem estruturada traz ganhos para todas as unidades”, disse ela.
A proposta do PDI foi impressa pelo setor de Mídia Impressa da Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor. Mais informações podem ser obtidas na versão eletrônica do projeto, hospedada na página http://www.ufrj.br/pdi.
O Olhar Virtual compromete-se a acompanhar os debates sobre o PDI publicando com regularidade uma nova editoria: PDI em debate
Confira abaixo o cronograma das reuniões já confirmadas:
09 de Maio: Instituto de Química
23 de Maio: Faculdade de Odontologia
24 de Maio: Faculdade de Medicina
26 de Maio: Escola de Química
31 de Maio: Instituto de Biofísica
02 de Junho: Observatório do Valongo
06 de Junho: COPPE
20 de Junho: Instituto de Matemática
28 de Junho: Escola de Enfermagem Anna Nery
29 de Junho: Escola de Serviço Social
11 de Julho: Faculdade de Educação
26 de Julho: Escola de Belas Artes