A 14ª Semana de Integração Acadêmica (SIAc) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) começou em grande estilo na segunda-feira (22/9), no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), com casa cheia e plateia atenta. A conferência de abertura foi marcada pela apresentação da professora Tatiana Sampaio, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas, cuja trajetória científica dentro da Universidade foi exaltada como exemplo por sua relevância e impacto social.
O reitor, Roberto Medronho, ressaltou a importância da ciência e da inovação para a soberania nacional e não escondeu o orgulho ao ver o auditório lotado. “Na UFRJ, produzimos pesquisas como a da professora Tatiana Sampaio, desenvolvida ao longo de mais de duas décadas, em condições algumas vezes até mesmo insalubres, no subsolo da Universidade. Imagine se tivéssemos os recursos que nos são devidos? Realizaríamos coisas muito mais espetaculares do que já fazemos em todos os campos do conhecimento. Para garantir soberania, precisamos de ciência, tecnologia, inovação, ou seja, de educação. É necessário produzir o nosso próprio conhecimento e as nossas próprias soluções. Não podemos mais ficar dependentes de nenhum outro país”, afirmou o reitor.
Uma pesquisa para aplaudir de pé
Na conferência de abertura da SIAc, Tatiana Sampaio trouxe, de modo descontraído, didático e acessível, de que forma a polilaminina, substância produzida a partir de uma proteína extraída da placenta, saiu das bancadas da Universidade e, recentemente, tornou-se esperança de tratamento para pacientes com lesão na medula espinhal. De acordo com a pesquisadora, o estudo inovador, que pôde prosseguir graças a uma parceria entre a UFRJ e o Cristália, laboratório de capital 100% brasileiro, tem apresentado resultados significativos:
“Selecionamos apenas pacientes com lesões completas na medula. Segundo a literatura científica, não mais do que 15% das pessoas com esse diagnóstico recuperam funções motoras. No entanto, na nossa intervenção, 75% evoluíram da lesão completa para a lesão incompleta com controle motor. Se avaliarmos apenas os que sobreviveram, são 100%”, revelou a pesquisadora, aplaudida de pé pela plateia. Ela também informou que o laboratório parceiro aguarda somente autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seguir com uma nova etapa do estudo.
A conferência de Sampaio, que abriu oficialmente a programação da SIAc, simbolizou o espírito do evento: a valorização da indissolubilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Até sexta-feira (26/9), a SIAc reúne gratuitamente, nos campi da capital, de Duque de Caxias e de Macaé, uma programação que inclui comunicações orais, minicursos, oficinas, pôsteres e apresentações culturais. Nesta edição, são 6.610 trabalhos inscritos, abrangendo iniciação científica, artística, tecnológica, cultural, iniciação à docência e extensão.
A cerimônia de abertura contou com uma apresentação do violinista Gabriel Severiano, estudante da Escola de Música da UFRJ. Na prática, esse entrosamento plural viabiliza a troca de experiências entre estudantes de graduação, pós-graduação e ensino médio; professores, técnicos administrativos em educação e pesquisadores de pós-doutorado; docentes e estudantes de outras universidades e escolas da educação básica e o público em geral.
Toda a programação da 14ª Semana de Integração Acadêmica da UFRJ, assim como o caderno de resumos das apresentações nos campi e centros, estão disponíveis para consulta pelo link: https://siac.ufrj.br/programacao/. A abertura da SIAc foi gravada e também pode ser assistida pelo canal Extensão UFRJ: https://www.youtube.com/live/w5O9-mte7Yc?feature=shared .