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Exposição celebra paisagismo de Burle Marx

Projetos do famoso paisagista para a Universidade serão o foco do evento

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio de seu Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) e do Mestrado Profissional em Arquitetura Paisagística (MPAP), pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Urbanismo (Prourb), apresentará, a partir do dia 8/10, terça-feira, a exposição Burle Marx e a UFRJ: A Paisagem Moderna na Cidade Universitária.

A exposição celebra o trabalho e os projetos, no campus da Universidade, do mais destacado paisagista brasileiro do século XX, Roberto Burle Marx, falecido em 1994, aos 84 anos. A abertura do evento acontecerá no mezanino do edifício Jorge Machado Moreira (JMM), na Cidade Universitária, a partir das 13h30.

Baseada em quatro eixos temáticos – Burle Marx: um artista plural; Instituto de Puericultura, 1952; Faculdade Nacional de Arquitetura, 1960; E o futuro? –, a exposição pretende contar as diversas faces artísticas de um profissional também bastante preocupado com a preservação do meio ambiente e conservação de espécies ameaçadas.

O Grupo de Pesquisa em Arquitetura Paisagística da FAU já estuda os projetos de Burle Marx para a UFRJ desde os anos 1990. A professora Lucia Maria Costa, do Prourb e uma das curadoras da exposição, explica sobre a importância da iniciativa: “Decidimos tornar públicos esses dois projetos paisagísticos – para o Instituto de Puericultura (1952) e para a então Faculdade Nacional de Arquitetura, hoje Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (1960), que são tombados e ao mesmo tempo tão pouco conhecidos. A UFRJ é, portanto, guardiã de um patrimônio que pertence à cultura brasileira. Dessa forma, não devemos poupar esforços para o seu enriquecimento e irradiação”. 

Segundo a pesquisadora, é preciso celebrar a obra de Roberto Burle Marx na instituição, mobilizando a comunidade acadêmica a respeito da valorização, atualização e proteção do legado recebido do paisagista. “Acreditamos na nossa capacidade de cuidar do nosso patrimônio, cumprindo o papel transformador da universidade pública no avanço científico, tecnológico, artístico e cultural da sociedade”, arremata Costa.

Durante o evento, alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo e também da Escola de Belas Artes da UFRJ acompanharão o público presente, como monitores, a fim de explicar todo o acervo exposto. “Um dos objetivos desta exposição é justamente ampliar os conhecimentos dos alunos sobre os projetos paisagísticos de Burle Marx para a nossa Universidade, ressaltando seu caráter pedagógico”, diz a professora.

A exposição Burle Marx e a UFRJ: A Paisagem Moderna na Cidade Universitária ficará aberta ao público, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, até o dia 9/12, das 9 às 16h. O JMM está localizado na Avenida Pedro Calmon, 550, Cidade Universitária.

Deus, para mim, é a natureza”

A frase de Burle Marx, autor de mais de 3 mil jardins pelo mundo e pioneiro na reivindicação da conservação das florestas brasileiras, traduz a forte ligação do paisagista com o meio ambiente. Ainda em vida, o ex-aluno da Escola de Belas Artes da UFRJ fez a doação do sítio em que residia, localizado em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ao Estado brasileiro. Como condição, solicitou que o local fosse usado para o desenvolvimento da pesquisa com enfoque na preservação ambiental.

Hoje o Sítio Roberto Burle Marx, antigamente chamado de Sítio Santo Antônio da Bica, é um importante laboratório de experimentações sob a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais, organizadas em viveiros e jardins, convivendo com a vegetação nativa em uma área de 405 mil metros quadrados. Os espaços – jardins, casa e locais de trabalho do paisagista – são abertos à visitação agendada e possuem recursos de acessibilidade. Para mais informações, é só acessar o link: https://sitio-roberto-burle-marx.reservio.com/

Texto: Day Tavares