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Estaleiro Escola abre inscrições para a segunda turma de aprendiz em construção naval artesanal

Projeto é voltado para comunidades de pesca da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara

O Estaleiro Escola da Baía de Guanabara está com inscrições abertas, até 26/1,  para o novo curso de construção naval artesanal. Ministrado por professores da UFRJ e mestres carpinteiros, o projeto é voltado prioritariamente para pescadores, catadores de caranguejos, maricultores e construtores navais artesanais de sete municípios do Estado: Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo. O curso tem 20 vagas e as inscrições devem ser feitas on-line.

Com início no final de fevereiro, o projeto educativo tem como objetivo recuperar a carpintaria naval nas comunidades de pesca dos municípios no entorno da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara. O curso é fruto de uma parceria firmada entre a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga (Apelt), o Movimento Baía Viva e o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides) da UFRJ, além do apoio da Reitoria da Universidade. 

Mestrando do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS) do –Nides/UFRJ e um dos instrutores do curso, Fellipe Redó explica que a proposta é fomentar o desenvolvimento de metodologias, práticas e tecnologias sustentáveis no campo da construção naval artesanal, além da valorização dos saberes tradicionais vindos das comunidades pesqueiras na construção de embarcações de pesca. 

“O projeto tem como uma de suas metas promover uma ‘ecologia de saberes’ por meio de uma troca entre o conhecimento técnico-científico da academia e a perspectiva da valorização dos saberes tradicionais no campo da construção naval artesanal, trazendo os aprimoramentos técnicos mais modernos desenvolvidos pela tecnologia e o saber prático trazido pelos pescadores, que são os alunos. Então essa troca tem sido a coisa mais rica”, diz Fellipe, que também integra a Secretaria Pedagógica do Projeto Estaleiro Escola. 

O projeto será sediado no Galpão (Hangar Náutico) gerido pelo Nides, situado na Ilha do Fundão. O local é um grande galpão industrial com área interna de 3.000 m2 e um espaço amplo com algumas embarcações, moldes, máquinas, equipamentos e ferramentas.  

Com a participação de Amyr Klink na aula inaugural, a primeira edição do curso foi realizada em setembro do ano passado. A proposta de recuperar barcos e canoas artesanais chamou a atenção do navegador, que é apaixonado pela canoagem. Em 21/9/2023, Klink veio de São Paulo para conhecer o projeto e ofereceu gratuitamente uma de suas palestras de conteúdo motivacional. 

Fellipe acrescenta que a iniciativa está em alinhamento e conexão com as diretrizes da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e com as metas globais previstas para a Década do Oceano e da Restauração dos Ecossistemas – Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, estabelecida pela ONU para os anos de 2021 a 2030. 

O curso visa contribuir para o ressurgimento da cadeia produtiva da construção de embarcações pesqueiras no Estado do Rio de Janeiro. Seu eixo central se dá na perspectiva formativa e de capacitação de comunidades pesqueiras por meio da realização de um curso de extensão. Os certificados de conclusão do curso serão emitidos pela UFRJ para os alunos e alunas que obtiverem pelo menos 80% de frequência nas aulas presenciais e virtuais, atividades de intercâmbio e oficinas.  As inscrições são on-line pelo link