Desenvolvido por meio da pesquisa “Análise dos serviços de saúde na atenção às mulheres em situação de violência sexual: estudo comparativo em duas capitais brasileiras (Rio de Janeiro/Fortaleza)”, o aplicativo EVISU é o primeiro aplicativo sobre violência sexual como uma das expressões da violência de gênero desenvolvido pela UFRJ.
Resultado da parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o EVISU pretende “fornecer informações sobre o enfrentamento da violência sexual contra a mulher, contribuindo para a formação e qualificação profissional, bem como para a visibilidade sobre o tema”, de acordo com sua descrição nas lojas de aplicativo. Além de trazer informações sobre os serviços e políticas públicas que prestam suporte nesse tipo de situação, a plataforma também mostra meios de proteção às vítimas.
Desde janeiro deste ano, a UFRJ passou a contar com um canal específico para receber manifestações relacionadas à defesa dos direitos das mulheres, a Ouvidoria da Mulher, divisão da Ouvidoria-Geral da UFRJ. O aplicativo EVISU é de uso recomendado pela ouvidora-geral da UFRJ, Luzia Araújo, como meio de difundir informações a respeito da violência sexual contra a mulher cis e trans.
A escassez de informação sobre a prevenção da violência sexual na América Latina já era um apontamento feito em 2012 pelo grupo de pesquisa e extensão Prevenção da Violência Sexual, da Escola de Serviço Social da UFRJ, sob a orientação da professora Ludmila Fontenele Cavalcanti. O grupo, que já havia desenvolvido sete pesquisas avaliativas sobre a atenção às mulheres em situação de violência sexual em contextos diferentes, durante dez anos, também observou a dificuldade dos profissionais inseridos nas políticas públicas em localizar informaçoes atualizadas sobre o combate a essa violência.
“A complexidade relacionada às situações de violência sexual, uma das expressões da violência de gênero, requisita uma abordagem multiprofissional capaz de prevenir, detectar e abordar em diferentes momentos. Isso implica acesso simplificado a informações atualizadas”, aponta Cavalcanti.
A parceria entre a UFRJ e a Unifor propiciou a produção e a hospedagem do EVISU. “Considerando a experiência acumulada nas pesquisas (…), em parceria com a Unifor, foi previsto como um dos produtos o desenvolvimento de um material educativo voltado aos profissionais e gestores envolvidos com a atenção às mulheres em situação de violência sexual”, conta Cavalcanti. A professora avalia ainda que ele serve de “modelo e ferramenta institucional em diferentes contextos de políticas públicas”, sendo referência para o desenvolvimento de outros aplicativos.
*Sob supervisão do jornalista Victor França.