A professora emérita Heloisa Buarque de Hollanda foi eleita “imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL)”, na quinta-feira, 20/4. Ela ocupará a cadeira de número 30, que estava vaga desde dezembro de 2022, depois do falecimento da escritora Nélida Piñon, que já presidiu a Academia.
Crítica literária, cientista e voz importante do feminismo, Heloisa publicou livros como 26 Poetas Hoje e Explosão Feminista – Arte, Cultura, Política e Universidade. A nova imortal também se destaca pelo projeto Universidade das Quebradas (UQ), na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O projeto é um laboratório de tecnologia social conhecido pela metodologia de troca de saberes e experiências em contextos multiculturais, e tem se desenvolvido contínua e ininterruptamente desde 2009, atendendo a mais de 800 participantes. “A UQ investe na troca e na mistura de saberes entre a comunidade, que produz cultura fora das universidades, e a comunidade acadêmica, para criar novas formas de conhecimento e novas expressões artísticas, dando ênfase à profissionalização e sustentabilidade dos projetos individuais dos quebradeiros”, diz o site do laboratório de extensão.
“Eu não estou sentindo que eu virei imortal. Eu estou sentindo que eu arranjei um segundo emprego, e um segundo emprego que eu vou me aplicar muito. Eu estou cheia de projetos para levar para a Academia e estou muito feliz. Eu acho que vai ser um momento da minha vida muito especial”, afirmou Heloisa.
A nova imortal é professora emérita de Teoria Crítica da Cultura da Escola de Comunicação (ECO) e coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (Pacc), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura, da Faculdade de Letras.
Heloisa tem pós-doutorado pela Universidade Columbia (Estados Unidos), é doutora, mestre e especialista em Letras pela UFRJ, além de graduada na mesma área pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Em sua atividade de pesquisa, privilegia a relação entre cultura e política, trabalhando especialmente nos campos teóricos da teoria literária e dos estudos culturais. Sua pesquisa se dedica às áreas de poesia, relações de gênero, relações étnicas, culturas marginalizadas e as questões colocadas pelo novo quadro econômico, político e cultural dos processos de globalização e desenvolvimento tecnológico. Nos últimos anos, seus estudos e pesquisas têm focado a cultura produzida nas periferias urbanas, as relações de gênero e o impacto das novas tecnologias digitais na produção e no consumo culturais. Nas palestras e artigos mais recentes, Heloisa privilegia questões relativas ao cruzamento da tecnologia, cultura e desenvolvimento.