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Em editorial, O Globo afirma que concessão do novo Canecão será benéfica para o Brasil

Jornal carioca enumera contrapartidas: 70 salas de aula, um restaurante universitário, sala para exposições científicas, um parque aberto e o Espaço Ziraldo

O editorial de segunda-feira, 13/2, do jornal O Globo destacou que “a concessão do novo Canecão será benéfica para o Rio e para o Brasil”. A nova casa cultural “resgatará endereço histórico da cultura nacional”.

Com um lance de R$ 4,35 milhões – valor quase sete vezes maior que o lance mínimo, que era de R$ 625 mil –, o consórcio Bônus-Klefer venceu o leilão organizado pela UFRJ e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o lançamento do novo polo de cultura, que deve acontecer em 2025, como adiantou Luiz Oscar Niemeyer, presidente da Bônus.

O editorial destacou que o novo Canecão será construído no campus da UFRJ na Praia Vermelha, perto de onde funcionava o antigo. No entanto, deverá ter pouca semelhança com o original. O projeto é fazer um espaço multiúso de 15 mil metros quadrados com estrutura para shows, musicais e peças de teatro, com capacidade para 3 mil espectadores. O consórcio vencedor precisará investir R$ 184,3 milhões na concessão, válida por 30 anos. O pacote inclui também a construção de 70 salas de aula, um restaurante universitário, sala para exposições científicas, um parque aberto e a restauração de um painel de Ziraldo que decorava a fachada da antiga casa, compondo o Espaço Ziraldo. O projeto final precisará ser aprovado pela UFRJ.

“Aberto em 1967 como cervejaria, o Canecão foi transformado em casa de espetáculos dois anos depois. Ao longo de décadas, se tornou referência na cidade e no país. Por seu palco passaram atrações internacionais e os maiores nomes da MPB”, resgata o texto. “No dia do leilão, alunos e funcionários fizeram um protesto e chegaram a interromper o certame por uma hora. Alegam não ter sido ouvidos sobre a proposta. A UFRJ argumenta que a concessão, aprovada pelo Conselho Universitário, foi amplamente discutida com a comunidade. Discordâncias fazem parte do jogo democrático. Os pontos positivos da iniciativa, porém, excedem em muito os negativos. O principal é devolver ao Rio um de seus maiores palcos”, avalia O Globo.

“Todos ganharão. A UFRJ receberá novas instalações sem precisar gastar o dinheiro que não tem”, pondera o jornal. “A cidade e o país terão de volta um palco que fez história. O meio cultural disporá de instalações modernas para espetáculos. E o público recuperará o velho endereço. Todos perderiam se o velho Canecão continuasse fechado, sofrendo degradação lenta e constante”, finaliza.