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Pelo Campus

UFRJ sediará ato que pede respeito à democracia

“Não haverá anistia”, diz carta organizada pelo Centro Acadêmico Cândido de Oliveira. Ela está aberta a assinaturas e será lida em ato, na segunda, 9/1

Motivado pelos atos de vandalismo ocorridos neste domingo, 8/1, em Brasília, o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco), com apoio da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, organizou carta que defende a “democracia para sempre”. Ela será lida na segunda-feira, 9/1, em ato, às 11h, no Salão Nobre da Faculdade (Rua Moncorvo Filho, 8 – Centro).

O Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) emitiu nota condenando os atos antidemocráticos, como noticiado pelo Conexão UFRJ. Em uma rede social, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) disse que “os atos terroristas que desafiam, ocupam e depredam as sedes dos três poderes de nossa República são intoleráveis, inaceitáveis e inescusáveis”. A Reitoria da UFRJ também se manifestou em nota. “Ataques a instituições democráticas são inaceitáveis e a depredação de patrimônio público é intolerável”, disse. “Colocamo-nos ao lado dos poderes federais na preservação do Estado Democrático de Direito e esperamos que os fatos sejam apurados e os criminosos punidos por esses atos de vandalismo”, completou.

A carta organizada pelo Caco pede “punição a Jair Bolsonaro e às quadrilhas que buscam a corrosão das nossas instituições”. O texto conclui afirmando: “Não haverá anistia para aqueles que buscam cercear direitos, destruir a Constituição e deslegitimar a soberania popular. O destino destes, para além das sanções legais, será a lata de lixo da História”.

O posicionamento pode ser assinado em formulário na internet.

Leia na íntegra:

Há exatos 7 dias, o Brasil assistia a mudança de governo com a posse do Presidente Lula. A esperança, mensagem principal para o novo período que se inaugura no país, carrega em si o desejo de estabilidade e respeito à democracia para, sobretudo, a melhoria da vida do povo brasileiro.

Entretanto, uma semana após tal data, o país assiste brasileiros e brasileiras, sequestrando as cores e símbolos nacionais, depredarem o patrimônio público em prol de um projeto político autoritário de destruição do nosso Estado Democrático de Direito.

Se 4 mil brasileiros se deslocaram para a Praça dos Três Poderes com o intuito de promoção de um golpe, temos a certeza do óbvio: os responsáveis existem e são a razão para a necessária e inegociável resposta aos atos de hoje.

Os responsáveis estão no Governo do Distrito Federal que, sabendo da possibilidade de tal atentado, omitiu-se em impedi-los. Há os responsáveis que financiaram tais aventuras autoritárias que utilizam-se de uma ilusão antidemocrática para manipular fanáticos. Os responsáveis também são aqueles que, nesses últimos quatro anos, defenderam o diálogo com esses grupos neofascistas e legitimaram a falácia da liberdade de expressão para permitir os ataques ao Estado brasileiro.

Porém, sobretudo, o responsável maior esconde-se nos Estados Unidos, onde se nega à realidade da derrota que sofreu nas urnas e estimula reações golpistas. A democracia brasileira depende da punição a Jair Bolsonaro e às quadrilhas que buscam a corrosão das nossas instituições.

Não haverá anistia para aqueles que buscam cercear direitos, destruir a Constituição e deslegitimar a soberania popular. O destino destes, para além das sanções legais, será a lata de lixo da História.