Em resposta às cenas de terrorismo e vandalismo ocorridas em Brasília no domingo, 8/1, a Faculdade Nacional de Direito (FND) abriu as portas, nesta segunda-feira, 9/1, para receber um ato em defesa da democracia realizado pelo Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco). Com a participação do decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), Flávio Martins, o diretor da FND, Carlos Bolonha, e a diretora do Caco, Alexia Buarque, houve uma leitura da carta de repúdio às ações criminosas realizadas na capital do país e falas em defesa da democracia.
Para Martins, é um momento de barbárie e terrorismo. Ele ressaltou que a Constituição foi rasgada literalmente e que isso exige a manifestação da força institucional. “O fascismo não tem regras. Não podemos mais deixar de estar alertas. Esperamos que haja uma resposta dura e rápida, dentro da lei”, reforçou o decano.
Realizado no Salão Nobre da Faculdade, o ato também contou com representantes da União Nacional de Estudantes (UNE), do Diretório Central de Estudantes da UFRJ (DCE) e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Também estiveram presentes professores da instituição, como Mauro Osório e Luciana Boiteux, docente que em breve assumirá como vereadora do município do Rio. Em sua maioria, defendiam a não concessão de anistia aos presos responsáveis pelos crimes cometidos na Praça dos Três Poderes. A carta do Caco, lida na sala, finalizou sua defesa da seguinte forma: “Democracia para sempre. Sem anistia para quem combate as instituições”.
Manifestação pacífica na Cinelândia
Os pedidos de “sem anistia” também ecoaram na Cinelândia, na tarde do mesmo dia, em frente à Câmara dos Vereadores. Em paralelo aos atos que aconteceram em outras capitais do país, os cariocas enfrentaram a chuva para manifestar sua insatisfação contra o terrorismo pelo qual o país está passando. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj) e a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj) também estiveram presentes, dando suporte aos servidores da Universidade, bem como o DCE.
Apesar do dia chuvoso e do receio de alguma violência por parte de terroristas, a população lotou a praça da Cinelândia no Centro do Rio de Janeiro. O fotógrafo do Conexão UFRJ Fábio Caffé se surpreendeu com a quantidade de pessoas presentes. “Eu pensei que talvez não fosse encher tanto, mas felizmente a população foi para a rua. Estiveram presentes pessoas de diversas idades: jovens, adultos e idosos. Um grito muitas vezes entoado foi ‘sem anistia’ para quem cometeu os terríveis atos em Brasília no domingo”, comentou.