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UFRJ concede Medalha Minerva a Anita Prestes

Vinculada à UFRJ há quase 30 anos, a pesquisadora teve importante contribuição à historiografia do Brasil

Em decisão por aclamação do Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ, foi feita a concessão da Medalha Minerva do Mérito Acadêmico à professora Anita Leocádia Prestes. A outorga foi oficializada na sessão extraordinária do Conselho em 12/5.

A Medalha Minerva é concedida a professores aposentados não titulares que tenham se destacado por seu empenho e pela relevância acadêmica do seu trabalho de ensino, pesquisa e extensão.

Fábio Souza, professor do Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC), destacou que a trajetória de Anita se confunde com a história da República do Brasil.“Este é o momento em que nós, do Instituto de História e do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), reconhecemos o espaço que Anita tem na história do país e na historiografia brasileira”, disse. O docente também enfatizou a importância da atuação ativa da professora em atividades acadêmicas do Instituto de História até hoje.

Anita foi professora titular do Instituto de História de 1994 a 2007, quando se aposentou. Desde 2008, ela atua como professora colaboradora voluntária no PPGHC. Ao longo de sua trajetória na Universidade, a historiadora acumulou 12 orientações de dissertações de mestrado, três teses de doutorado e 17 monografias de graduação, além de ter orientado nove bolsistas de iniciação científica. Atualmente, ela também possui uma orientação de mestrado em andamento. Além disso, a professora é bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A docente, filha de Luís Carlos Prestes, nasceu em Berlim em 1936, onde sua mãe estava presa após ser entregue pelo governo de Getúlio Vargas à Alemanha Nazista − seis anos depois, ela foi assassinada em um campo de concentração. Anita foi separada de sua mãe após o período de amamentação e entregue à sua avó; as duas foram para o exílio no México.

A historiadora voltaria ao Brasil apenas em 1945, após o Estado Novo, quando conheceu seu pai. No país, atuou como assessora de Luís Carlos Prestes a partir de 1958 e concluiu a graduação em Química na UFRJ. Anos depois, foi perseguida pelo regime militar e se exilou na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), onde direcionou seus estudos para a área das Humanidades. Anita voltou ao Brasil após a primeira Lei da Anistia do Brasil, em 1979. Seu trabalho como docente começou em 1992, na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Este texto é resultado das atividades do projeto de extensão “Laboratório Conexão UFRJ: Jornalismo, Ciências e Cidadania” e teve a supervisão da equipe do site.