Em recente levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), a entidade concluiu que a Universidade Federal do Rio de Janeiro mais do que triplicou sua performance no Índice Integrado de Governança e Gestão Públicas (iGG). Saltou de 18 (nível inicial), em 2018, para 57% (nível intermediário) de aproveitamento, agora em 2021. O TCU é o órgão de controle externo do governo federal, responsável pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial de entidades públicas do país quanto à legalidade, legitimidade e economicidade.
Os três últimos levantamentos do Tribunal sobre o tema foram publicados em 2017, outro em 2018 e o mais recente só neste ano, por conta da covid-19. O iGG examina o grau da “boa administração” nas instituições públicas. O TCU avalia os resultados com base em questionário enviado a todos os órgãos. A partir dessas respostas, o iGG é construído, considerando cinco indicadores gerais. Veja a comparação dos desempenhos em 2017, 2018 e 2021:
Indicador | 2017 | 2018 | 2021 |
---|---|---|---|
iGG | 26% | 18% | 57% (mais do que triplicou) |
Governança pública organizacional | 29% | 23% | 59,6% (mais do que dobrou) |
Governança e gestão de pessoas | 26% | 20% | 57,4% (mais do que dobrou) |
Governança e gestão de segurança e de Tecnologia da Informação (TI) | 26% | 13% | 20,2% (+7,2%) |
Governança e gestão de contratações | 30% | 19% | 69,8% (mais do que triplicou) |
Governança e gestão orçamentárias (novo) | – | – | 91,6% |
Os indicadores são tabelados em faixas de classificação:
- 0 a 14,9% – inexpressivo
- 15 a 39,9% – inicial
- 40 a 69,9% – intermediário
- 70 a 100% – aprimorado
Em 2021, 378 instituições públicas participaram do levantamento, entre elas a UFRJ.
A reitora Denise Pires de Carvalho comemora o desempenho da Universidade, mas aponta que é preciso melhorar. “Parabenizamos cada servidor envolvido nas atividades que fizeram e fazem nossa centenária Universidade se aperfeiçoar nesses indicadores tão importantes. A UFRJ se aprimorou nos índices de gestão e governança, mas ainda é preciso mais. A primeira e maior universidade federal do país precisa ser cada vez mais percebida pela sociedade brasileira como uma instituição íntegra, pública, gratuita, laica, autônoma, inclusiva e de qualidade”, afirma.
Melhora em todos os indicadores
O trabalho foi conduzido pelo professor Oscar Acselrad, ex-superintendente geral de Governança, e equipe, com apoio do pró-reitor de Gestão e Governança (PR-6), André Esteves.
De acordo com a professora Cláudia Cruz, atual superintendente geral de Governança, a Universidade melhorou em todos os indicadores do levantamento do TCU.
“Os dados presentes no relatório revelam que houve um avanço considerável nos indicadores de gestão e governança da Universidade, em 2021, quando comparamos com a última avaliação, feita em 2018. Pode-se afirmar que, no desempenho geral, a UFRJ ficou em um nível compatível com as demais instituições do Poder Executivo Federal, no chamado nível intermediário, com pontos de destaque e pontos de atenção”, afirma a superintendente.
Segundo Cláudia, os pontos de destaque da UFRJ foram a governança e gestão de contratações e a governança e gestão orçamentárias.
“Nesse último índice, em particular, nós tivemos uma performance de excelência – 91,6% –, desempenho considerado aprimorado dentro da metodologia do iGG e, quando comparamos com outras instituições de ensino, autarquias, entidades da administração indireta e órgãos do Poder Executivo Federal, percebemos que estamos em um nível diferenciado”, diz.
“Em governança pública organizacional e em gestão de pessoas, tivemos um desempenho compatível (nível intermediário) no mesmo nível dos parâmetros de comparação com a estrutura da administração pública federal. Já governança e gestão de segurança e TI foi o ponto crítico. Aqui, é preciso que a UFRJ tome medidas no intuito de garantir maior segurança de operações e de processos que envolvem segurança e tecnologia da informação, apesar de todas as restrições orçamentárias que limitam tanto a obtenção de recursos humanos quanto materiais tecnológicos para melhorias nos diversos processos de gestão e governança”, declara a docente.
Também foi apontada, no levantamento do TCU, uma oportunidade de melhoria na gestão de pessoas, principalmente no que tange à definição de papéis, à política de capacitação do pessoal e também ao monitoramento do desempenho de técnicos-administrativos e docentes.
Ainda segundo Cláudia, existe outro ponto de destaque. “Há uma oportunidade de melhoria para a UFRJ ter melhor definição de padrões de conduta ética dentro da organização, que é algo que a Superintendência de Governança, junto com a administração superior da UFRJ e o comitê interno de governança, vai enveredar esforços para buscar promover melhorias institucionais”, conclui.
Foto 1: Diogo Vasconcellos (Coordcom/UFRJ)
Foto 2: Reprodução