Quando sentamos em frente à televisão e assistimos a um daqueles grandes filmes de super-heróis, com seus trajes tecnológicos e seus poderes incríveis, podemos nem mesmo perceber, mas a ciência também está lá. Essa é a premissa da iniciativa A Ciência da Ficção Científica, projeto de extensão do campus Duque de Caxias que analisa obras cinematográficas de sucesso pelos olhos dos cientistas.
Luiz Oliveira, professor de Física do campus Duque de Caxias, buscava um tema que pudesse atrair a atenção dos alunos de escolas públicas – principalmente do ensino médio e fundamental – para o conhecimento científico. Foi na cultura pop, em especial nos filmes de ficção científica, que o docente encontrou o catalisador para a discussão que tanto procurava.
“Iniciamos com o tema que estava em voga, que é o Universo Cinematográfico Marvel, e decidimos produzir uma primeira temporada do projeto apenas sobre os filmes de super-heróis”, conta, explicando que, devido à pandemia, o projeto precisou ser reconfigurado para o formato das mídias sociais.
Responsável por algumas das maiores bilheterias da história do cinema, a Marvel é a criadora de personagens icônicos no imaginário de crianças, adolescentes e adultos no mundo todo, como Thor, Capitão América e Pantera Negra, além da franquia Os Vingadores, que reúne boa parte de seus super-heróis, todos baseados em histórias em quadrinhos publicados pela empresa.
Nos seus mais de 20 filmes, o Universo Cinematográfico Marvel, que abrange as obras lançadas desde 2008, trata de diversos temas, entre eles o desenvolvimento científico e tecnológico, com personagens como Homem de Ferro e Shuri; inteligência artificial, com o Visão; mutação genética, com o Homem-Aranha; e radioatividade, com o Hulk.
Segundo Oliveira, o grupo, formado por professores e alunos, debate as temáticas em conjunto, buscando compreender como o super-herói escolhido pode se relacionar com as áreas da ciência estudadas. Depois, o material é disponibilizado nas redes sociais do projeto, com uma linguagem simples e instigante.
A equipe de estudantes também é bastante diversa, com discentes dos cursos de Nanotecnologia, Biotecnologia, Biofísica, Química, Zoologia, Desenho Industrial, Ciências Sociais, Ciências Biológicas, Enfermagem, Física, Ciências Contábeis, Geologia e, também, cursos de ensino a distância, como Licenciatura em Ciências Biológicas.
“Atualmente temos 16 alunos. Com a pandemia, o projeto precisou virar apenas on-line e pudemos receber discentes de cursos de outros campi, além da colaboração de ex-alunos que estão fazendo pós-graduação no exterior. Infelizmente, não temos como absorver todos os estudantes que pedem para entrar no projeto, por isso mantemos uma fila de espera.”
O impacto na aprendizagem e no convívio
Jéssica Vicente é discente de Nanotecnologia no campus de Duque de Caxias e uma das primeiras integrantes da iniciativa. Fã de ficção científica, viu no projeto a oportunidade de entender, de forma descontraída, conceitos complexos de física, biologia, entre diversas áreas, além de transmitir o conhecimento para outras pessoas, despertando nelas interesse pela ciência. Com isso, Jéssica espera que elas passem a olhar para as situações cotidianas de forma diferente, tentando entender a ciência por trás de tudo. A estudante aponta também a diversidade de áreas de estudo como um ponto positivo que permite a troca de informação de maneira única.
“O projeto já está impactando a minha formação acadêmica, além de incentivar a pesquisa e a criatividade, já que procuro adequar o conteúdo para que tanto o público de dentro da universidade quanto de fora dela possam compreender. Também tem contribuído para o meu processo de aprendizagem, uma vez que posso colocar em prática o conhecimento adquirido ao longo da minha formação – o que tem sido extremamente gratificante”, comemora.
Conheça a página do projeto A Ciência da Ficção Científica no Instagram.