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Saúde

Laboratórios prometem alavancar pesquisas sobre doenças degenerativas

Novo prédio do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ receberá atuação de 200 docentes e 3 mil alunos de graduação e pós-graduação

Um novo prédio, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), situado na Cidade Universitária, próximo ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), está em fase de inauguração. Comportando oito laboratórios voltados para a pesquisa científica de doenças degenerativas, a estrutura conta com um módulo já finalizado, com seis salas técnicas multiusuárias e uma sala de experimentação animal localizada em dois pavimentos.

A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Denise Carvalho, e o vice-reitor, Carlos Frederico da Rocha, visitaram o prédio, que possui investimento total de 26 milhões de reais.  “O novo prédio do ICB é de extrema importância para continuarmos essa interação entre a pesquisa básica, translacional e a pesquisa aplicada na área da saúde, vital para a ciência brasileira. Muitos conhecimentos serão gerados visando a novas abordagens para diagnóstico de doenças degenerativas, infecciosas e raras. A atuação dos laboratórios garantirá a qualidade acadêmica e da produção do conhecimento e projetará ainda mais a UFRJ na área da saúde no Brasil e exterior”, destacou a reitora.  

Os laboratórios reforçam a capacidade da comunidade acadêmica da UFRJ de produzir novos achados científicos que beneficiem a biomedicina, medicina e outras áreas da saúde. Os oito laboratórios que já estão em atividade são:   

− Laboratório de Neurodesenvolvimento e Neurodegeneração: investiga a estabilidade do genoma no sistema nervoso;  

− Laboratório de Farmacologia da Dor e da Inflamação: investiga remédios com potencial analgésico ou anti-inflamatórios;   

− Laboratório de Embriologia de Vertebrados: investiga os processos comuns ao desenvolvimento embrionário e as doenças do envelhecimento;  

− Laboratório de Biologia Redox: pesquisa os radicais livres e antioxidantes nas doenças inflamatórias e metabólicas e o próprio câncer;  

− Laboratório de Interações Celulares: pesquisa o microambiente celular nos órgãos sadios e doentes;  

− Laboratório de Sinalização Celular e Mecanobiologia: pesquisa os fenômenos mecanobiológicos voltados às doenças do sistema nervoso;  

− Laboratório de Biologia das Células Gliais: pesquisa células gliais saudáveis e doentes do sistema nervoso.  

Estrutura do novo prédio

O segundo pavimento do novo prédio do ICB também contará com dez salas de experimentação animal com 80 metros quadrados. O objetivo é realizar experimentos de esteira, esquiva, comportamento, nado forçado, labirinto em cruz, labirinto aquático e campo aberto em modelos animais roedores. No mesmo espaço, haverá salas de manutenção e criação de animais e locais de lavagem e depósito de maravalha – material de madeira para acomodar roedores. O terceiro pavimento será ocupado por seis salas para estudos em animais selvagens e transgênicos, além de salas para procedimentos cirúrgicos, totalizando uma área de 170 metros quadrados. Tudo deve ser ocupado até dezembro de 2021.

Atuação dos laboratórios

No módulo 1 do prédio, com 900 metros quadrados, dois laboratórios se destacam na pesquisa científica sobre doenças degenerativas que afetam a população mundial. Um deles é o Laboratório de Embriologia dos Vertebrados, coordenado pelo diretor do ICB/UFRJ, professor José Garcia Abreu, que se dedica ao estudo dos processos celulares embrionários e como esses processos podem ajudar a entender doenças degenerativas e alguns tipos de tumores, como o colorretal, na região do intestino.  Atualmente dez colaboradores atuam no local, entre estudantes, técnicos e docentes. 

“O nosso laboratório estuda as decisões que as células tomam durante a vida embrionária para formar o sistema nervoso. A busca é por novas moléculas que possam agir contra o surgimento de novos tumores ou doenças degenerativas, utilizando o embrião como matriz experimental. Usamos, ainda, ferramentas que propiciam a busca por novos remédios para esses males”, destacou Garcia Abreu.  

Já o Laboratório de Neurobiologia Celular, coordenado pela professora Flávia Gomes, segue linha semelhante e investiga como os astrócitos − células do sistema nervoso que interagem com neurônios − contribuem para gerar déficits cognitivos em quadros das doenças de Parkinson e Alzheimer. Os 16 integrantes do grupo de pesquisa, entre estudantes do curso de pós-graduação em Ciências Morfológicas, pós-doutores, alunos de graduação, biomédicos e técnicos, utilizam uma abordagem translacional com células humanas e ensaios comportamentais com roedores.    “O conhecimento produzido no Laboratório de Neurobiologia Celular contribui para o entendimento do que é alterado pelas doenças de Parkinson e Alzheimer. A busca é por moléculas que possam equilibrar as vias de sinalização associadas às doenças degenerativas”, enfatizou Flávia.

A nova estrutura do ICB, na visão do professor Garcia Abreu, representa uma mudança consistente na qualidade experimental dos laboratórios, otimização de recursos e qualidade na vida acadêmica de quem circula diariamente no local. O prédio conta hoje com a atuação de 13 docentes, 10 técnicos de laboratório, 37 pós-graduandos e pós-doutores e 8 alunos de iniciação científica.