A Universidade Federal do Rio de Janeiro se manteve, pelo quinto ano consecutivo, no grupo das 15 universidades latino-americanas mais bem posicionadas no ranking Times Higher Education (THE) Latin America. Na edição deste ano do estudo, divulgada no dia 7/7, a UFRJ aparece na 12ª posição. Em 2019, figurou no 13º lugar.
Em primeiro lugar, ficou a Pontifícia Universidade Católica do Chile, seguida da Universidade de São Paulo (USP), que capitaneia a lista das brasileiras. O Brasil é o país com o maior volume de universidades avaliadas: 61 ao todo, seguido pelo Chile, com 30 instituições representadas.
A reitora da UFRJ, Denise Carvalho, comemorou o resultado, mas avalia a melhoria nos indicadores nacionais e internacionais como um dos desafios da instituição. “Considero que a UFRJ pode aperfeiçoar seu desempenho neste ranking, um dos mais renomados no mundo. Subimos um lugar, mas, em 2016, estávamos em quinto. Conheço bem a produção da Universidade, a sua internacionalização”, afirma.
Nesta edição de 2020, a THE avaliou 166 universidades de 13 países da América Latina. Os quesitos avaliados são os mesmos que aqueles utilizados no ranking internacional da consultoria britânica, entretanto há algumas variações para apurar com mais propriedade as características das instituições de ensino superior latino-americanas. São levados em conta diversos critérios de performance, dentro de cinco grandes áreas:
- ensino (ambiente de aprendizagem);
- pesquisa (volume, renda e reputação);
- citações (influência da pesquisa);
- perspectiva internacional (pessoal, estudantes e pesquisa); e
- renda da indústria (transferência de conhecimento).
UFRJ no THE Latin American Universities Summit 2020
No dia do lançamento do ranking, a reitora participou do THE Latin American Universities Summit 2020, um fórum que reuniu representantes de diversas universidades latino-americanas.
A convite da THE, Denise esteve na mesa “Reforma do ensino superior em um mundo pós-pandemia”, que também contou com a presença de Will Sanchez, diretor da THE para a América Latina; Raquel Bernal, vice-reitora da Universidade dos Andes (Colômbia); e Hilary Beckles, vice-chanceler da Universidade das Índias Ocidentais (Antilhas e Bahamas).
Um dos objetivos do painel foi compartilhar ideias e ambições em torno das transformações do ensino superior na próxima década. Além disso, também foram debatidas as oportunidades mais alcançáveis u200bu200bde transformação positiva e a proteção de aspectos do atual sistema do ensino superior. Denise e os demais debatedores abordaram o futuro da retenção e circulação de talentos na América Latina, pontuando a qualidade universitária e pensando de que formas as universidades públicas podem apoiar a recuperação econômica, mantendo sua autonomia.
No encontro virtual, Denise também destacou a força-tarefa da UFRJ no combate ao coronavírus.
“Nossa universidade está na linha de frente da resposta brasileira à pandemia da COVID-19. Desde o início da pandemia, nossos pesquisadores e voluntários vacinaram a comunidade universitária e a população em geral contra o vírus influenza, e produzimos, até agora, mais de 70 mil litros de etanol, em um momento em que esse importante antisséptico desapareceu das farmácias e era muito caro para nossos hospitais públicos adquirirem. Desenvolvemos um novo ventilador respiratório que agora está sendo testado em nosso Hospital Universitário. Além disso, nosso centro de saúde realizou mais de 15 mil testes de diagnóstico molecular, e uma ação conjunta entre os centros de tecnologia e de saúde desenvolveu um novo teste sorológico para detecção de COVID-19, que possui baixo custo e maior especificidade quando comparado a testes comerciais”, afirmou.
Ela também reforçou a importância das instituições públicas de ensino superior no contexto brasileiro.
“As universidades públicas no Brasil, federais ou estaduais, são todas instituições de pesquisa, em contraste com a maioria das organizações privadas, que não têm essa característica. Ainda temos um grande problema no Brasil quando comparamos o número de doutores ao número de habitantes em geral. A porcentagem média da população com doutorado nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é cinco vezes maior que no Brasil. Assim, as universidades de pesquisa têm um grande e importante trabalho a ser feito, o que pode ajudar no desenvolvimento socioeconômico do país”, destacou Denise.
A reitora finalizou sublinhando a necessidade de um debate plural. “Devemos estar cientes de que a humanidade, a solidariedade e o meio ambiente são cruciais para a vida atual, principalmente quando pensamos em doenças emergentes e reemergentes e em mudanças climáticas. As universidades de pesquisa são instituições centrais nessas questões. Precisamos discutir mais sobre saúde mental, economia sustentável e fontes de energia renováveis. Precisamos pensar um mundo melhor para as gerações futuras”, concluiu.