A equipe da Ouvidoria Geral da UFRJ criou um guia com uma série de reflexões úteis para uma convivência harmoniosa em meio ao confinamento provocado pela pandemia do coronavírus. A proposta é contribuir para desenvolver a capacidade individual e coletiva de escutar as pessoas, promovendo uma conexão empática e solidária, além de estimulá-las a atuarem como facilitadoras do diálogo em um cenário incomum de convivência compulsória. “Quando estabelecemos conexões sinceras, os conflitos se resolvem de forma efetiva e pacífica”, diz a ouvidora geral da UFRJ, Cristina Riche.
De acordo com Cristina, além da experiência desenvolvida no cotidiano de trabalho na Universidade, a iniciativa se inspirou na lembrança de um momento significativo: o caso dos mineiros do Chile, que, em 2010, ficaram meses em confinamento após um desmoronamento dos túneis onde trabalhavam. “O grupo confinado, ao eleger um dos seus membros como uma liderança interna e uma espécie de facilitador do diálogo, pode se organizar e isso foi fundamental para manter a serenidade e a comunicação com o mundo externo à mina”, disse Cristina, destacando que “o propósito da apresentação foi demonstrar à sociedade em geral que estamos atentos às necessidades que ela aponta, integrando a Ouvidoria Geral da UFRJ à rede de afetos das pessoas que a procuram”.
Em 18 páginas, o leitor pode perceber a importância de se tornar um mediador e receber algumas dicas para o exercício da atividade. Entre elas, é possível destacar como e quando escutar ou apenas prestar atenção ao silêncio dos outros. “Queremos ressaltar a importância da comunicação como técnica e arte e, consequentemente, como aporte, estratégia e habilidade a ser desenvolvida para a mediação dos conflitos. Quando o grupo entra em conflito, ele pode escolher um mediador que detenha a confiança de todas as partes, que as estimule a olharem para o futuro. Um mediador que tenha flexibilidade e seja empático, tenha assertividade e criatividade e também seja uma pessoa otimista”, destaca a ouvidora geral.
Segundo Cristina Riche, a apresentação é dirigida a todos − do corpo social da UFRJ e familiares dos estudantes à sociedade em geral. “Ao melhorarmos a nossa comunicação, diminuímos o estresse, nos conectamos e nos concentramos naquilo que falamos, mas também na fala do outro, e isso não é perda de tempo, isso é afeto, isso é respeito, é autoconhecimento e reconhecimento. É, portanto, ganho de tempo”, ressaltou. Para conhecer o guia criado pela equipe da Ouvidoria, acesse aqui. “Queremos, com a apresentação que desenvolvemos, colaborar para o fortalecimento e a consolidação da harmonia das relações continuadas, como conviver e coexistir melhor”, finalizou Cristina Riche.