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5 professores da UFRJ são eleitos para Academia Brasileira de Ciências

ABC é uma das protagonistas na cena científica brasileira


Na ordem: Nardi, Dezotti, Santos, Lucena e Garcez – imagem: Coordcom/UFRJ

Última atualização: 10h02 de 16/12/2019

 

Na última terça-feira, 3/12, a diretoria da Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançou o resultado das eleições para membros titulares, correspondentes e afiliados de seu corpo social. Dentre eles, foram selecionados cinco docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): três como membros titulares e dois como afiliados.

Ingressaram como titulares os professores Antonio Nardi, do Instituto de Psiquiatria (Ipub), Marcia Dezotti, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) e Ricardo Ventura Santos, do Museu Nacional. Nardi agora integra a área de Ciências da Saúde, Dezotti, a de Ciências da Engenharia e Santos a de Ciências Sociais.

Nardi é doutor em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental pela UFRJ. Nardi é também membro da Academia Nacional de Medicina (ANM) e obteve o título de livre-docente em Psiquiatria em 2004 pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Publicou mais de 500 artigos científicos, quase 100 capítulos de livros, 10 obras e foi organizador de 14 livros. Uma de suas linhas de pesquisa envolve o estudo do transtorno de pânico, que tem como objetivo identificar alterações fisiológicas à exposição em ambiente de realidade virtual. Em complementação, também se dedica à pesquisa de neuroimagem do transtorno do pânico associado à valência e ativação dos estímulos visuais. Também estuda temas como transtorno de pânico com agorafobia (fobia de estar em multidão ou o medo de ter medo, antecipando sensações de pânico) e terapia cognitiva para desordens de pacientes com bipolaridade.

Dezotti, por sua vez, é vinculada ao Programa de Engenharia Química da Coppe/UFRJ desde 1997, onde coordena o Laboratório de Controle de Poluição de Águas da Coppe. Dezotti é doutora em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-doutorado pela Universidade Estadual da Carolina do Norte (Estados Unidos). Dentre os seus títulos e prêmios internacionais, destacam-se o First Place Winner Poster Competition WEF/IWA Biofilm Reactor Technology Conference, Water Environment Federation and International Water Association, em 2010, e Cientista do Nosso Estado, em 2006 e 2009, pela Faperj. Possui 3.635 citações no Scopus e 3.447 no Web of Science.

Santos é doutor em Antropologia pela Indiana University – Bloomington/ EUA, com pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na Universidade de Massachusetts e no Instituto Max Planck para a História da Ciência. É professor titular no Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ e pesquisador titular na Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz. Entre seus livros, publicou “The Xavante in Transition” e “Inventário Analítico do Arquivo de Antropologia Física do Museu Nacional”. O primeiro recebeu o prêmio de melhor livro interdisciplinar do General Anthropology Division da American Anthropological Association. Sua produção científica inclui artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, capítulos em livros e diversos volumes organizados, como “Demografia dos Povos Indígenas no Brasil”, “Raça como Questão”, “Racial Identities, Genetic Ancestry, and Health in South America”, “Mestizo Genomics”, “Luso-Tropicalism and its Discontents” e “Entre Demografia e Antropologia: Povos Indígenas no Brasil”. De 2005 a 2013 foi editor-científico da Editora Fiocruz, sendo atualmente membro do Conselho Editorial (2017-21). Foi membro do Advisory Council da Wenner-Gren Foundation for Anthrop. Research e representante-adjunto da área da Saúde Coletiva na Capes. Atualmente é membro titular do Comitê de Assessoramento da área de Antropologia no CNPq. Seus interesses de pesquisa e docência se concentram em antropologia biológica, antropologia da ciência e da saúde, etnicidade demografia e saúde, saúde dos povos indígenas. É o primeiro cientista social latino-americano a receber um “Senior Investigator Award in Humanities and Social Sciences” do Wellcome Trust/UK.

Representando a região do Rio de Janeiro, ingressaram como afiliados os professores André Lucena, da Coppe/UFRJ, e Patricia Garcez, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB).

O pesquisador é professor do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ desde 2011. Doutor em Planejamento Energético também pela Coppe/UFRJ, é autor de 54 artigos publicados em periódicos, 10 capítulos de livros e 28 trabalhos publicados em anais de congresso. Foi consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil em 2010; autor-colaborador do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC/ONU); tornou-se Fulbright Fellow, em 2012, por meio do Fulbright Regional Network for Applied Research, no tema energia sustentável.

A cientista, além de ser professora do ICB, é pesquisadora parceira do Instituto D’Or e da Rede Nacional de Ciência para Educação, além de orientadora-colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da UFRJ, programa no qual se doutorou em 2008, com período sanduíche na Universidade de Jena (Alemanha). Garcez foi pesquisadora visitante da Universidade de Oxford em 2016 e 2017, apoiada pelo Medical Research Council UK e Newton Fellowship. Atual Jovem Cientista do Nosso Estado (Faperj), recebeu o Early Career Award da Internacional Brain Research Organization, em 2019, apontada como Leshner Fellow AAAS em Infectious Disease 2018, e prêmio de Young Scientist da International Society for Neurochemistry em 2017.

Os membros titulares e correspondentes tomarão posse em maio de 2020 durante a Reunião Magna da ABC. Já os membros afiliados terão suas cerimônias de posse associadas a simpósios científicos em cada região, para que apresentem suas pesquisas.

 

A Academia

Fundada em 1916, a ABC é uma das mais antigas associações de cientistas do país e notadamente a mais prestigiosa entre as entidades. Atua como sociedade científica honorífica e contribui para o estudo de temas relevantes para a sociedade, a fim de dar subsídios científicos para a formulação de políticas públicas. Seu foco é o desenvolvimento científico do país, a interação entre os cientistas brasileiros e destes com pesquisadores de outras nações.