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UFRJ vence em duas categorias do Prêmio de Inovação Tecnológica da ANP

Prêmio reconhece tecnologias e pesquisas inovadoras produzidas no Brasil na área de petróleo, gás natural e biocombustíveis


Vencedores do Prêmio – foto: Divulgação/ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entregou, na última quinta-feira, 28/11, o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2019. Distribuídos em cinco categorias, concorreram, ao todo, 147 resultados de projetos de mais de cinco empresas petrolíferas, 20 empresas brasileiras de tecnologia e 40 instituições credenciadas com diversas unidades laboratoriais. A UFRJ venceu em duas categorias, ambas inéditas: “Segurança, Meio Ambiente e Saúde – SMS” e “Indústria 4.0”.

Na primeira categoria, o vencedor foi o projeto “Tecnologias verdes para a reciclagem de polímeros da indústria do petróleo: transformando resíduos em matérias-primas de valor para a cadeia produtiva”, organizado a partir de uma parceria entre o Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), da UFRJ, e o Laboratório de Tecnologias Limpas (Lateclim), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O estudo versa sobre o processo de despolimerização e a posterior reciclagem de embalagens e demais materiais a base de poli(tereftalato de etileno) ou, como mais conhecido pela sigla em inglês, PET — polímero ambientalmente amigável e aderente aos princípios de engenharia verde. Nas configurações desenvolvidas, a despolimerização é catalisada por enzimas, catalisadores químicos ou mesmo pela combinação destes — o que leva a uma conversão do polímero em monômeros. Os processos consistem em reações em batelada, em que o polímero moído entra em contato com o catalisador, em fase aquosa (reação de hidrólise) ou orgânica (reação de glicólise). A partir daí, há, no caso da hidrólise, a liberação de monômeros, ácido tereftálico (TPA) e monoetileno glicol (MEG); já no caso da glicólise, o composto obtido é o tereftalato de bis (2-hidroxietila). O uso de um catalisador de origem biológica (enzima), biodegradável e capaz de promover a despolimerização do PET em condições brandas de temperatura e pressão, torna o processo totalmente sustentável, de condução segura e sem gerar resíduos tóxicos ao meio ambiente e ao ser humano. Os catalisadores químicos, por sua vez, agregam eficiência e rapidez ao experimento, ao passo que foi possível alcançar conversões da ordem de 96% em apenas 15 minutos de reação.


Pesquisadora em laboratório do IMA – foto: Divulgação/IMA-UFRJ

Já na segunda categoria, foi contemplado o projeto “OtimRota – Ferramenta computacional para projeto conceitual e otimização de sistemas submarinos”. A concepção foi produzida pelo Laboratório de Métodos Computacionais e Sistemas Offshore (LAMCSO), da UFRJ; o Núcleo de Dinâmica e Fluidos (NDF), da Universidade de São Paulo (USP); e o Instituto Tecgraf de Desenvolvimento de Software Técnico-Científico (Tecgraf), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Alinhado à inclusão da transformação digital nos projetos na área submarina, o OtimRota surge como uma ferramenta computacional para auxiliar o engenheiro na elaboração, avaliação e comparação de projetos conceituais otimizados de sistemas submarinos. A ferramenta gera automaticamente alternativas para a locação da plataforma e para a arquitetura e disposição espacial dos diversos tipos de equipamentos submarinos (árvores de natal, manifolds, unidades de tratamento de ar, entre outros). Em suma, o OtimRota engloba novas metodologias para automatizar a síntese de sistemas submarinos, proporcionando a maximização do valor gerado pelo sistema de produção e obtendo arranjos otimizados, avaliados por critérios de engenharia e de custos (Capex, Opex e Abex). Isso fornece benefícios importantes em termos de projetos mais eficientes e significativa redução dos custos associados.

Originalidade, relevância, aplicabilidade e funcionalidade da tecnologia foram os critérios utilizados na avaliação dos projetos. A produção científica e tecnológica foi usada, ainda, como critério de desempate.

Criado em 2014, o Prêmio ANP tem como objetivo reconhecer e premiar os resultados associados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) que representem inovação tecnológica para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis. As iniciativas devem ter sido desenvolvidas no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela ANP, empresas brasileiras e empresas petrolíferas, com recursos provenientes da cláusula de PD&I presente nos contratos de Exploração e Produção.

Com informações da ANP