A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou, na quinta-feira (19/9), pela sua WebTV, o documentário Resgates. Com duração de 38 minutos, o filme apresenta o trabalho de recuperação do material que ficou sob escombros após o incêndio no Palácio Imperial de São Cristóvão, sede do Museu Nacional (MN), em setembro de 2018.
Logo após o incêndio, foi criado o Núcleo de Resgate de Acervos Científicos do Museu Nacional. Essa equipe, composta por 76 pessoas – técnicos, professores, estudantes e profissionais terceirizados –, passou a trabalhar em prol da recuperação do maior número possível de peças arqueológicas. Para contar essa história, Resgates entrevistou 18 pessoas e acompanhou a rotina na Quinta da Boa Vista durante sete meses (de dezembro a julho).
Produção
O documentário Resgates é uma produção da Coordenadoria de Comunicação Social (Coordcom) da UFRJ. A direção, o roteiro, a direção de fotografia e a edição são assinados por Zhai Sichen. Formado em cinema, ele tem no currículo longas e curtas-metragens, filmes institucionais e videoclipes.
Segundo Sichen, a ideia do filme surgiu de um pedido do próprio Museu. O objetivo inicial era apenas documentar tudo em imagens para que a instituição tivesse em arquivos o que estava sendo feito após o incêndio. Foi aí que Sichen pensou em algo mais relevante. “Ao longo do processo, vi que era muito mais complexo, que existem relações bem mais interessantes. Em abril, definitivamente, criei coragem para fazer o documentário”, declarou. O roteiro baseou-se na “vivência” que ele já tinha com o MN.
Para o diretor e roteirista, o que mais chamou a atenção foi a relação de muitos servidores, estudantes, professores e pesquisadores com o Museu. É uma relação que vai além do local de trabalho, é familiar. Muitos veem a instituição como a segunda casa. “São mais que memórias, são emoções que as pessoas vivem até hoje. São sentimentos que estão lá. Isso eu não tinha noção em um primeiro momento, fui entendendo ao longo do processo”. Resgates mostra um pouco o que essas pessoas viveram.
Sentimentos além do material resgatado
O documentário nos dá a dimensão de alguns aspectos envolvidos em todo o trabalho de resgate. Emoções, angústias, motivações e projeções para o futuro são sentimentos que podemos perceber assistindo ao filme. “O Museu não é só essa estrutura física. Ele é formado por pessoas, por pesquisadores, por alunos. Existem outras instalações aqui dentro da Quinta da Boa Vista cujas coleções não foram atingidas. As aulas de pós-graduação e de formação de novos profissionais e novos pesquisadores, que já estavam acontecendo em outras instalações, foram mantidas. Então, o Museu não parou”, lembrou Luciana Carvalho, vice-coordenadora de Resgate de Acervos.
O filme, que foi exibido em sessões especiais no Museu Nacional, para os colaboradores da equipe do Museu, e na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, pode ser assistido na WebTV da Universidade. Para conhecer essa história de muitas emoções, clique aqui.
Museu Nacional
O Museu Nacional é a casa de ciência mais antiga do país e uma das maiores da América Latina. Foi criado em 1818, por Dom João VI, como Museu Real e sediado no Campo de Santana até 1892, quando foi transferido para a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Em 1946, foi incorporado à Universidade do Brasil e, há 201 anos, está vinculado ao Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ. Trabalham na instituição 89 docentes, 215 técnicos-administrativos, 500 estudantes e aproximadamente 100 terceirizados.