A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro realizou no sábado, 31/8, cerimônia para a assinatura de um protocolo de intenções em parceria com a Fundação Vale, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), visando à reconstrução do Museu Nacional (MN). O evento contou com a presença de deputados da bancada do Rio de Janeiro, autoridades e membros da comunidade acadêmica.
Denise Carvalho, reitora da UFRJ, abriu o encontro celebrando a atuação dos servidores e estudantes do MN que vêm desenvolvendo um trabalho excepcional na escavação e retirada das peças dos escombros. “O museu é uma unidade acadêmica que está entre as 100 melhores do mundo, e as atividades continuaram devido à força da sua comunidade”, afirmou.
Segundo ela, o protocolo de intenções é parte dos esforços da Universidade para reconstruir o Paço de São Cristóvão e, também, fortalecer o MN com a construção do campus Cavalariças e de um centro de atividades. “Pretendemos inaugurar uma ala do museu já em 2022 para a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil. Estamos trazendo um novo modelo de governança para que a sociedade possa acompanhar o uso do dinheiro nas reformas.”
Alexander Kellner, diretor do MN, enfatizou que a equipe está lutando para recuperar o que é retirado dos escombros, tentando preservar, assim, a história do Brasil e de outros países: “Vamos reconstruir o Museu Nacional como um dos principais museus de história nacional do mundo”. O representante do Ministério da Educação, Weber Gomes de Souza, reforçou que a reação da comunidade mostra a importância do museu no Brasil e no mundo. “Já repassamos mais de 16 milhões de reais do MEC. Há um conjunto de ações para apoiar essa reconstrução.”
Durante o evento, o deputado federal Hugo Leal, líder da bancada do Rio de Janeiro, reuniu os deputados presentes para reafirmar o apoio às iniciativas relacionadas à reconstrução do MN. “No dia do incêndio entendemos que era nossa responsabilidade estarmos ativos naquele momento”, disse, lembrando-se da conquista de emendas no valor de 55 milhões de reais em 2018, posteriormente contingenciadas pelo atual governo.
Os signatários do protocolo de intenções, Isabel de Paula, da Unesco, Julio Costa Leite, do BNDES, e Luiz Osorio, da Fundação Vale, estabeleceram o compromisso de contribuir com as próximas etapas da reconstrução, tanto financeiramente quanto com a troca de conhecimentos em gestão e governança. “Estamos neste momento com grande entusiasmo e alegria por perceber que abrimos uma nova etapa do Paço São Cristóvão e na construção do novo museu”, declarou Isabel. O diretor-executivo de Relações Institucionais e presidente do Conselho de Curadores da Fundação Vale anunciou a doação de 50 milhões de reais para auxiliar na reconstrução.
Em seguida, os presentes participaram de uma visita guiada pela equipe de resgate, na qual puderam ver o estado atual do trabalho dentro do Palácio.
Autoridades
Estiveram presentes ao evento os deputados federais Jandira Feghali, Alessandro Molon, Carlos Jordy, Chris Tonietto, Benedita da Silva e Marcelo Calero, além de um representante da deputada federal Marta Rocha; os deputados estaduais Renan Ferreira e Waldeck Carneiro; o ex-deputado federal Chico Alencar e a subsecretária de Planejamento e Gestão Governamental da Cidade do Rio de Janeiro, Aspásia Camargo. Além de representantes do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do Consulado da China.
Professor da Fiocruz doa acervo de arte africana
Wilson Savino, professor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fez uma doação significativa ao Museu Nacional durante o encontro. O docente doou cerca de 300 peças de arte, 15 quadros e 40 livros de sua coleção particular de arte africana contemporânea. De acordo com Saviano, o material faz parte de suas visitas ao continente e engloba diversas peças de artistas, principalmente, da África Subsaariana.
Documentário Resgates
No dia 31 ainda foi exibido um trecho do documentário Resgates, produzido pela Coordenadoria de Comunicação (Coordcom) da UFRJ, que conta a história das pessoas envolvidas na recuperação e reconstituição do acervo. O filme será lançado no dia 19/9 na WebTV da UFRJ.
Festival Museu Nacional Vive
O Festival Museu Nacional Vive encheu a Quinta da Boa Vista de visitantes para marcar o primeiro ano após o incêndio. No fim de semana (31/8 e 1/9), a Alameda das Sapucaias recebeu uma série de atividades interativas, exposições e brincadeiras que levaram ciência, cultura e arte a todos que lá estavam, mantendo vivas na imaginação a pesquisa e a extensão realizadas no MN.