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Memória

Representantes de universidades destacam a importância da UFRJ

Reitores também falaram sobre desafios do orçamento e defesa das instituições públicas


João Carlos Salles (Ufba). Foto: Artur Moes/Coordcom (UFRJ)

Por ocasião da cerimônia de transmissão de cargos da Reitoria, realizada na segunda-feira (8/7), representantes de diversas instituições de ensino superior estiveram na UFRJ. Reconhecendo o protagonismo da Universidade no cenário nacional, eles falaram com nossa equipe de reportagem sobre os desafios que, na atual conjuntura, estão postos para reitoras e reitores de todo o país.

João Carlos Salles Pires da Silva, 1° vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), avaliou a renovação democrática na direção da UFRJ como importante para a defesa das instituições públicas brasileiras. “Estarmos aqui é hipotecar nosso apoio e demonstrar que estamos juntos nesse momento tão importante para a defesa da universidade como um patrimônio da sociedade e como uma instância que é democrática, que deve ter qualidade sempre, que deve ser inclusiva e naturalmente pública”, afirmou.

Atualmente, a Andifes é integrada por 63 universidades federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e dois Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets). Para Salles, duas questões são centrais atualmente  em relação à educação superior: “Temos o desafio orçamentário, que é um desfio de todos, e também o desafio político, no sentido de afirmação pública da universidade e, ao mesmo tempo, defesa dessa instituição em que todas as áreas do conhecimento devem ser prezadas. Em todas as áreas há excelência, ou seja, estamos defendendo uma instituição que é complexa e não pode ser simplificada ao sabor de políticas de ocasião”, defendeu.

O tema do orçamento ganhou destaque nas manifestações populares de maio e junho de 2019, quando o governo federal anunciou cortes no repasse de autarquias vinculadas ao Ministério da Educação (MEC). No entanto, a preocupação dos reitores é anterior. Com a aprovação da Emenda Constitucional n° 95, em 2016, foi estipulado um teto para os gastos públicos que, até 2038, não poderá ultrapassar o que foi o orçamento de 2008.

O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e segundo vice-presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil, disse encarar o momento vivido pelas universidades brasileiras como “um dos mais difíceis de nossa história”, não somente com relação à questão orçamentária, mas também no que diz respeito à autonomia universitária.

Em sua leitura, por esse motivo, as instituições devem estar dispostas, mais do que nunca, a dialogar com a sociedade. “Fiquei feliz de escutar aqui todos falando desse movimento em direção à sociedade. É isso o que se espera de cada trabalhador, de cada estudante do nosso sistema: que nos façamos perceber por aquilo que temos de melhor”, afirmou.

Desenvolvimento


Luanda Moraes (Uezo). Foto: Artur Moes (Coordcom/UFRJ)

Também presente na transmissão de cargo, a reitora em exercício da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), Luanda Silva de Moraes, falou sobre o interesse de sua instituição em manter parcerias já estabelecidas em diversas áreas. “É daqui que saem grandes valores humanos e grandes tecnologias”, elogiou.

O reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Ricardo Luiz Louro Berbara, destacou o protagonismo da UFRJ nos projetos que movem o país. “É a maior instituição federal de ensino superior, responsável por inúmeros avanços na fronteira do conhecimento, projetos de extensão fundamentais também para o desenvolvimento socioambiental do nosso país”, declarou.