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Câmara dos Deputados homenageará mulheres cientistas

Debora Foguel, professora da UFRJ, será uma das cinco agraciadas com a medalha Mietta Santiago

Debora Foguel, professora da UFRJ, será uma das cinco agraciadas com a medalha Mietta Santiago

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados escolheu as pessoas que serão agraciadas com a medalha Mietta Santiago de 2019. A condecoração anual destina-se a condecorar pessoas, instituições ou entidades, campanhas, programas ou movimentos de cunho social, civis ou militares, nacionais ou estrangeiros, por iniciativas relevantes à nação brasileira relacionadas aos direitos das mulheres. A outorga da medalha ocorrerá na sessão solene, em 19/3, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Instituída pela Resolução 21, de 10/2/2017, e regulamentada pelo Ato da Mesa 158, de 23/3/2017, a condecoração é distribuída da seguinte forma: duas medalhas platinas a pessoas, instituição ou entidade, campanha, programa ou movimento de cunho social, civil ou militar, nacional ou estrangeiro; uma medalha de ouro a mulheres com atuação nacionalmente relevante; uma medalha de prata a mulheres com atuação relevante de abrangência estadual; uma medalha de bronze a mulheres com atuação relevante de abrangência municipal.

As escolhidas, pela ordem acima, são:

Debora Foguel: professora titular da UFRJ, atua no Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM) e tem se dedicado ao estudo dos mecanismos responsáveis pelo desdobramento incorreto das proteínas, que levam à formação de agregados amiloides, responsáveis por doenças como Alzheimer, Parkinson e Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF). Atualmente é pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), membro da Rede Nacional de Ciência para a Educação  (CpE) e da Academia do Mundo em Desenvolvimento (TWAS). Em 2018, foi agraciada com a Ordem Grã-Cruz do Mérito Científico e, no período entre 2011 e 2015, foi pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ. Atualmente é coordenadora de Educação da Rede Nacional de Ciência para a Educação.

Gabriela Barreto Lemos: jovem cientista cujo trabalho tem merecido destaque na mídia nacional e na comunidade científica internacional em função dos resultados de uma pesquisa inovadora, que permite a captação de fotografias por meio da reprodução de pequenos feixes de partículas, possibilitando a construção de uma imagem que não é visível a olho nu (como um ferimento interno ao corpo humano). Formada em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gabriela tem doutorado pelo Instituto de Física (IF) da UFRJ e foi bolsista de pós-doutorado no Laboratório de Ótica Quântica do IF, de 2010 a 2012.

Marielle Franco: vereadora assassinada em março de 2018, quando voltava de um evento com jovens negras, no Rio de Janeiro. Em 2002, sua formação acadêmica e a militância na área dos direitos humanos a qualificaram para o trabalho em organizações da sociedade civil, como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Foi coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios, inclusive policiais.

Gina Vieira Ponte: professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal desde 1991, destacou-se pela idealização e execução do Projeto Mulheres Inspiradoras, no qual discute com os alunos o papel da mulher na sociedade, valorizando a figura feminina por meio da leitura de obras de autoria  “delas”, do estudo da biografia de grandes mulheres e dinâmicas com as inspiradoras das comunidades dos alunos.

Beatriz Bohrer de Amaral: médica que trabalha com a promoção da saúde da mulher, no diagnóstico precoce do câncer de mama e da osteoporose. Introduziu os métodos linfonodo-sentinela e tomossíntese mamária, além do uso da densitometria óssea no estado do Rio Grande do Sul. Coordena o Projeto Mulher e Saúde, que tem como objetivo informar as mulheres sobre hábitos e cuidados necessários para promover a própria saúde e a de sua família.

Sobre o processo de seleção

Todos os 513 parlamentares poderão indicar um nome para concorrer à medalha. As indicadas serão submetidas à análise técnica da consultoria legislativa da Câmara dos Deputados. Após a análise, as admitidas serão submetidas à votação pelas deputadas da bancada feminina.

A insígnia, concedida pela Secretaria da Mulher e pelo presidente da Câmara dos Deputados, é constituída de diploma e de outorga de medalha cunhada com a efígie da advogada Mietta Santiago.

Sobre Mietta Santiago

Mietta Santiago é o pseudônimo de Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira. Nascida em Varginha (MG), ela questionou, por um mandado de segurança em 1928, a proibição do voto feminino no Brasil, afirmando que isso violava a Constituição então vigente, que não vetava esse voto. Conseguiu, assim, o direito de votar e concorrer ao cargo de deputada federal.

Com informações da Câmara dos Deputados