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Novo estudo desvenda a história das primeiras populações do continente

Pesquisa genômica que investigou a distribuição dos indivíduos pelo continente contou com pesquisadores do Museu Nacional


Foto: Acervo Museu Nacional/UFRJ

Os pesquisadores Murilo Bastos, Claudia Carvalho e Silvia Reis (Museu Nacional/UFRJ), Luiz Souza, Fabrício Santos e Thomaz Pinotti (Universidade Federal de Minas Gerais) e internacionais, incluindo o líder do projeto, o dinamarquês Eske Willerslev, apresentaram, nesta semana, em uma coletiva de imprensa, na Quinta da Boa Vista, os resultados inéditos de uma pesquisa inovadora sobre o povoamento das Américas, que será publicada na revista norte-americana Science. As evidências indicam: existe uma relação direta entre as populações da América do Norte e da América do Sul. Houve uma expansão mais rápida do que se imaginava pela América, provavelmente ocupando todo o continente em poucos séculos e ocorreram migrações para a América do Sul vindas do Norte.

O estudo também dá pistas quanto ao enigmático sinal genético australomelanésio, encontrado na população de Lagoa Santa, que data pelo menos de 10.000 anos atrás enão é encontrado nas populações pré-históricas da América do Norte. A evidência genética só foi possível graças aos estudos feitos por meio dos fósseis humanos do continente americano, dentre eles o material original de Lagoa Santa, população da qual Luzia, o mais antigo fóssil brasileiro, fazia parte, coletada pelo cientista natural Peter Lund, no século XIX, que, atualmente, faz parte do acervo do Museu de História Natural da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, e do homem de Spirit Cave, de Nevada, dos Estados Unidos, a múmia natural mais antiga do mundo.