O Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, abriu o período letivo de 2018 com a aula magna A Universidade e os Direitos Humanos, na quarta-feira (18/4). O ativista argentino falou sobre os desafios da liberdade e da democracia no atual momento no mundo e lotou o Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS).
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, deu início à solenidade falando sobre a importância de Esquivel para o campo dos direitos humanos e celebrou a presença de toda a comunidade acadêmica no auditório. “A universidade pública é um espaço que requer a liberdade ilimitada. Para isso, precisa estar ao lado dos direitos humanos e comprometida com a ética pública. E pensamos em Esquivel por tudo que ele representa para o mundo, por sua coragem pessoal, seu exemplo e como ele organiza seu campo de estudos.”
Durante a aula, o ativista e docente da Universidade de Buenos Aires falou sobre grandes nomes da defesa da democracia e dos direitos humanos na América Latina, como Dom Hélder Câmara e Paulo Freire, mostrando a importância de se manter a memória e conhecer os caminhos já percorridos. “Não há povo sem memória, o povo sem memória desaparece”, enfatizou. Para ele, a liberdade e a democracia precisam ser compartilhadas pela sociedade. “Os direitos humanos e os da sociedade são interligados, assim como a democracia. Eles se interligam e se aprofundam.”
Esquivel reafirmou a importância da universidade pública para construir-se uma sociedade melhor e assegurar a democracia como um direito de todos e todas. “A maior riqueza não é a uniformidade, mas a criatividade e a diversidade. A monocultura das mentes é um dos maiores perigos da sociedade e a universidade pública é o espaço para combatê-la.”
Comunidade acadêmica lota o Quinhentão
Estiveram presentes, além das autoridades da UFRJ, professores, técnicos-administrativos, estudantes da pós-graduação, da graduação, do Colégio de Aplicação (Cap/UFRJ) e a comunidade externa.
Pedro Albergaria, aluno do curso de Biologia, chegou à aula magna atraído pela proximidade de Esquivel com o escritor uruguaio Eduardo Galeano e saiu impressionado com a simpatia e a receptividade do ganhador do Nobel da Paz. “Acho importante, nesse momento político em que vivemos, termos aulas como esta. Assistir a ele foi uma experiência maravilhosa”, comemorou.