Em relação à matéria intitulada “Reitor da UFRJ quer monitorar o General”, publicada no Jornal do Brasil em 8/3/2017, é necessário esclarecer que ela não expressa o verdadeiro conteúdo da articulação da comunidade universitária no sentido de buscar soluções para os problemas de segurança pública hoje enfrentados pela população.
O papel constitucional da UFRJ como instituição de Estado autônoma é, precisamente, o de desenvolver ensino, pesquisa e extensão por meio da observação da sociedade. Portanto, não pode a universidade se omitir em momentos de grave crise como a que ora atravessa o país e, em especial, o Rio de Janeiro. Em nenhum momento, no evento dedicado a avaliar academicamente a intervenção federal e militar no Rio de Janeiro, o reitor se posicionou por quaisquer monitoramentos sobre a pessoa do general interventor
A UFRJ conta com diversos grupos e laboratórios de pesquisa e extensão no campo dos direitos humanos, cuja função é a de integrar, de maneira interdisciplinar, o acúmulo de conhecimentos produzido à praxis social. Todo o esforço que neste momento a Reitoria da UFRJ está empreendendo é no sentido de cumprir com seu compromisso ético, observando, com os movimentos sociais, os atos praticados pelas autoridades públicas no período de intervenção federal, a fim de apresentar propostas de solução para questões como a violência e as desigualdades.
Não cabe, portanto, ao reitor da UFRJ, fazer interlocução com a autoridade interventora, mas representar a comunidade acadêmica da UFRJ e articular os seus interesses junto à sociedade civil.