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Memória

Nupem comemora 22 anos

Núcleo celebrou data com evento e palestra do reitor Roberto Leher

O Fórum Nupem +22: Pesquisa, Ensino e Sociedade em Macaé foi iniciado com o agradecimento do diretor do Nupem/UFRJ, professor Rodrigo Nunes da Fonseca, ao público presente, composto principalmente por docentes, técnicos-administrativos e alunos da UFRJ.  Discorrendo sobre a atual crise de valores éticos e morais, o professor afirmou, de forma categórica, que o corpo social do Nupem trabalhará de forma incansável por uma universidade de qualidade: “O que queremos para a UFRJ? Propor, sonhar e ousar. Devemos ousar e trabalhar juntos pela Universidade. Por mais problemas que tenhamos, hoje é um dia de celebração e reflexão”, disse, referindo-se aos 22 anos da presença do Nupem em Macaé.

Em seguida, Lucia Previato,  professora da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Ciências,  representando o presidente da ABC, Luiz Davidovich, agradeceu o convite para participar do Fórum e relembrou seu ingresso na Universidade e as lutas pela democracia e contra a ditadura militar, a partir de 1968: “Foram tempos difíceis, por isso devemos sempre ter esperança e lutar por um país melhor. E essa luta começa com educação de qualidade”.

A diretora do campus UFRJ–Macaé, professora Arlene Gaspar, igualmente relembrou as dificuldades e as lutas enfrentadas pelas universidades ao longo de sua história: “É lutando que vamos vencer, e este evento atua justamente neste sentido: unindo as três categorias – docentes, técnicos e estudantes – na luta”.

Vanderlan Bolzoni, professora da Unesp, membro da ABC e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, proferiu a palestra Tendências Futuras da Pesquisa no Brasil, apontando os recentes retrocessos que considera sem precedentes na história do país e ressaltando a pesquisa como pilar do desenvolvimento de uma nação: “Sem pesquisa não há futuro. Países com economia desenvolvida possuem forte atividade em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Precisamos dar a devida importância ao conhecimento em todas as etapas do desenvolvimento humano para podermos pensar em um mundo verdadeiramente sustentável. Nossas fragilidades do passado repercutem no futuro. Se queremos desenvolvimento, necessitamos de universidades robustas, empreendedoras e inovadoras, com produção de conhecimento de excelência. A única ferramenta que leva um país a sair da crise rapidamente é o investimento em pesquisa”.

O reitor da UFRJ, professor Roberto Leher, refletiu, ao longo de sua exposição, sobre o lugar da Universidade no estado, o processo histórico de esvaziamento e os esforços para a sua sobrevivência, destacando o Fórum Nupem/UFRJ +22 como um momento importante nas preocupações que envolvem o campus Macaé. Leher afirmou ser imprescindível concluir mudanças estatutárias para que o campus possa ter um melhor posicionamento na estrutura acadêmica da UFRJ e um funcionamento distinto e dotado de maior qualidade.

Ele relembrou a atual crise de valores e financeira, destacando mudanças recentes do cenário político e social, além de propostas que colocam em xeque a própria existência da ideia de universidade, como a PEC 55, que tramita no Senado Federal: “Temos que canalizar o melhor da nossa energia para seguirmos em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade”.

O reitor respondeu ainda às indagações feitas por alunos da UFRJ sobre a necessidade de a Universidade proporcionar meios reais que garantam a permanência dos alunos na instituição, como alimentação e moradia na cidade de Macaé. Leher respondeu que esforços estão sendo realizados para que o estrangulamento financeiro da UFRJ não impeça o atendimento a tais necessidades.

Em relação à moradia, afirmou que está em curso a resolução de problemas jurídicos para que a prefeitura de Macaé, por solicitação da UFRJ, possa alugar imóveis desativados que sirvam para acomodar os estudantes de maneira mais célere. Quanto à alimentação, o reitor ressaltou a necessidade de um novo termo de referência para providenciar o fornecimento de refeições prontas. Segundo ele, há ainda a possibilidade de utilizar a cozinha do Pólo Ajuda para elaborar as refeições. Os estudos para a adoção dessas medidas estão em andamento. No dia 19/12 acontecerá uma reunião com os alunos para a definição do calendário de ações.