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Conselheira do Itamaraty fala sobre internacionalização da educação

A palestrante falou sobre a importância da internacionalização da educação no Brasil e outros temas na Praia Vermelha

O curso de Relações Internacionais da UFRJ, em parceria com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI/UFRJ), promoveu no dia 21/8 a palestra da conselheira Almerinda Freitas, chefe da Divisão de Temas Educacionais do Itamaraty, no campus da Praia Vermelha. A palestrante falou sobre a importância da internacionalização da educação no Brasil, sobre as estratégias do Itamaraty nessa área, entre outros temas.

O evento foi resultado da união inédita da DRI com um curso de graduação para promover o debate sobre a internacionalização da educação no meio acadêmico. O projeto se concretizou na criação de uma matéria eletiva da graduação em Relações Internacionais, que será composta de uma série de palestras com diferentes convidados.

O diretor do DRI, Vitor Amaral, disse na abertura que a iniciativa foi um pedido do reitor: “Não queremos uma internacionalização feita apenas com atos administrativos e pesquisas em conjunto, queremos também desenvolver o pensamento sobre o tema dentro da Universidade. Com esse projeto, nós estamos inaugurando um novo momento de debate sobre os caminhos da internacionalização dentro da UFRJ”.

Segundo o coordenador de graduação do curso, Leonardo Valente Monteiro, a adesão expressiva dos alunos levou a nova disciplina para a aula inaugural deste semestre letivo de Relações Internacionais. “Isso é um passo fundamental no objetivo da Universidade de se internacionalizar”, disse,. “Dessa forma se cria cultura não só administrativa, mas também acadêmica sobre internacionalização”.

Almerinda Freitas iniciou sua fala pontuando que é preciso encarar a educação em geral não como gasto, mas sim como investimento positivo, que gera retorno posteriormente, e situou a educação no contexto da globalização e dos conflitos ao redor do planeta. “Compreender o outro gera tolerância”, afirmou a palestrante, “é só através do conhecimento que se tem paz”.

Segundo a conselheira, a internacionalização das instituições deve ser vista como um processo, e não como atos administrativos solitários. Para ela, o primeiro passo é firmar o contato da instituição com a comunidade ao redor, em seguida com outras cidades e estados e, assim, posteriormente, com outros países para estabelecer meios de intercâmbio e projetos conjuntos de pesquisa. Além disso, defendeu que é preciso combater a ideia que considera “equivocada” de que mobilidade acadêmica é equivalente a férias, respeitar os diferentes sistemas de ensino ao redor do mundo e destacou que a mobilidade deve ser desenvolvida nos dois sentidos. “É fundamental não apenas enviar estudantes, como receber profissionais de outras instituições”.

A importância do ensino de idiomas estrangeiros, outro tema constantemente presente em torno do assunto, também foi abordada pela palestrante. Ela apontou que a necessidade de conhecimento de outras línguas vai além da viabilização de intercâmbio: é fundamental como ferramenta para se comunicar com diferentes culturas.

A respeito dos programas de governo relacionados à internacionalização da educação, a palestrante teceu comentários sobre o projeto mais conhecido, o Ciência Sem Fronteiras. Apesar das dificuldades na execução, e da atual perspectiva de restrição de recursos, o programa vem obtendo resultados considerados positivos por ela. Ao final da palestra, Almerinda Freitas apresentou outras iniciativas com menor divulgação, como a política de acolhimento a estudantes estrangeiros nas universidades públicas brasileiras, iniciada ainda no começo do século XX, e o recém-criado Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG).