O Instituto Federal Fluminense, mais conhecido como IFF, vai incorporar ao seu corpo discente os 67 estudantes que participavam do chamado Instituto Politécnico de Cabo Frio, projeto iniciado na UFRJ em 2008. A decisão foi tomada pelo Conselho Superior (Consup) da instituição, em reunião extraordinária no dia 4 de agosto, em Campos dos Goytacazes, com a presença do reitor, Roberto Leher, e da pró-reitora de Extensão, Maria Malta.
Criado com uma pedagogia referenciada na politecnia, até este ano a Universidade não encontrara solução institucional para prosseguir com o ensino de 1º a 4º ano do Ensino Médio Técnico no município. Assim, desde dezembro de 2015, as Reitorias da UFRJ e do IFFluminense tiveram diversas reuniões, com objetivo de buscar soluções legais para o projeto, de forma a assegurar a manutenção do ensino politécnico na região.
Os encontros tiveram como referência um relatório aprovado em dezembro de 2011 pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ, que apontou, entre outras medidas, transferir os estudantes para uma escola de ensino básico técnico e tecnológico do município.
“Temos que garantir o direito desses jovens de concluírem o seu processo de escolarização da educação básica profissional, e, por meio de um processo muito dialógico e dessas reuniões que temos realizado sistematicamente com o IFFluminense, estamos buscando uma forma de dar solução para o problema vivido”, disse Leher aos conselheiros.
“A UFRJ está impedida de dar continuidade a este projeto e, portanto, atendendo a um pedido que o reitor da Universidade nos fez, nos reunimos para buscar, junto ao Conselho Superior, os caminhos e soluções para esses jovens”, explicou o reitor do IFFluminense, Jefferson Manhães de Azevedo. A incorporação foi aprovada por unanimidade no Consup
Politecnia é meta, segundo reitor do IFFluminense
A parceria entre a UFRJ e o IFFluminense para manutenção de experiências em politecnia no município de Cabo Frio já tem algumas ações definidas. De imediato, o instituto apresentou aos estudantes as opções de cursos técnicos oferecidos pela universidade, que puderam escolher os que tinham maior relação com suas aspirações. Ao mesmo tempo, será avaliado o histórico de cada estudante a fim de propor o plano mais adequado para cada um deles concluir seus estudos nos quatro anos previstos em seu currículo original. A medida foi anunciada no dia 20 de julho pelo diretor do campus, Victor Barbosa Saraiva, para pais de estudantes e para alunos.
Jefferson Azevedo disse que a politecnia é uma área inovadora, e que pretende criar, em parceria com a UFRJ, “um centro de referência” nesse tipo de prática. Hoje, o campus de Pádua já possui esse referencial pedagógico.
Outra etapa prevê a criação de projetos de residência de docentes da UFRJ no instituto, em diversas áreas de conhecimento. Um termo de cooperação vai garantir que estudantes do 4º ano possam fazer estágios curriculares nos laboratórios da Universidade, participar de projetos de extensão institucionalizados e ter acesso às bibliotecas e restaurantes universitários enquanto realizarem seus estágios curriculares.
Com 17 mil estudantes, o IFFluminense encontra-se em 11 municípios do estado do Rio, com uma malha espacial que alcança 12 campi, um Polo de Inovação, um Centro de Referência em Tecnologia, Informação e Comunicação na Educação, e a Reitoria. Dos cerca de 2 mil servidores, metade é de docentes.
Pais e estudantes foram ouvidos ao longo de todo o processo
No dia 20 de julho, pais de estudantes, alunos, professores do projeto e representantes de movimentos estudantis reuniram-se com Roberto Leher, Jefferson Manhães de Azevedo e com o diretor do campus Cabo Frio do IFFluminense para discutir a incorporação das matrículas. Participaram também os representantes do DCE da UFRJ, da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (Aerj), e os grêmios do Instituto Politécnico e do campus IFFluminense Cabo Frio.
Com informações da Assessoria de Comunicação do IFFluminense
Foto: IFFluminense