Categorias
Memória

Cidade Universitária ganha campo de rúgbi

O Ministério do Esporte e a UFRJ inauguraram nesta sexta, 4 de março, o campo de rúgbi da EEFD.

Ministério do Esporte também está construindo dois campos de hóquei sobre a grama e reformando a piscina da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD). Instalações serão locais de treinamento nos Jogos Rio 2016

O ministro do Esporte, George Hilton, e o reitor da UFRJ, Roberto Leher, inauguraram na manhã desta sexta-feira, 4 de março, o campo de rúgbi da EEFD. O campo leva o nome do professor Manoel Tubino e integra o Complexo Esportivo da Escola, que também terá dois campos de hóquei sobre grama e a piscina reformada. As instalações serão utilizadas como locais de treinamento de delegações estrangeiras durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

O campo de rúgbi foi construído de acordo com as normas da International Rugby Board, com grama natural, tipo Bermuda TifWay 419 (a mesma usada na Arena de Pernambuco e na Arena da Amazônia). Tem base, sub-base, infraestrutura elétrica e hidráulica, alambrado, iluminação, drenagem (tipo espinha de peixe) e sistema de irrigação. A área do campo é de 96 metros de comprimento e 68 metros de largura, com recuos laterais e de fundo de 5 metros, e 7 metros para a linha de gol, totalizando 120 por 78 metros de área gramada. A instalação já será utilizada para treinamento das equipes que vieram para o evento-teste de rúgbi, que acontecerá neste fim de semana, no Complexo Esportivo de Deodoro.

O ministro George Hilton destacou que o investimento na UFRJ integra uma rede de equipamentos instalados em mais de 45 universidades em todo o Brasil. “Será um grande legado que ficará para a iniciação esportiva, para o trabalho de massificação do esporte em todo o país”, disse, reforçando que a parceria entre o Ministério do

Esporte e as universidades “vai permitir o uso não apenas durante o período da Olimpíada”.

“Quando melhoramos a nossa infraestrutura universitária, a universidade pública pode cumprir melhor suas funções sociais, suas funções públicas e, nessa perspectiva, a viabilização dessa infraestrutura preciosa para o país e o estado do Rio de Janeiro, sobretudo para a UFRJ, permitindo a integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão”, disse Roberto Leher. Durante o evento, ele reforçou que os investimentos foram integralmente garantidos pelo Ministério do Esporte e que a partir de agora a universidade irá planejar com o Ministério o uso e as despesas com infraestrutura e energia para o Complexo Esportivo.

O presidente da Confederação Brasileira de Rugby, Sami Arap, disse que a inauguração do campo é a realização de um sonho. Segundo ele, trata-se de “um campo de padrão internacional, que será usado até o dia dos Jogos pelas melhores seleções do mundo”.  Ele saudou a seleção feminina de rúgbi, presente na cerimônia, “uma das dez melhores do mundo”.

A expectativa de Sami é que o campo possa ser utilizado por meio do convênio com a EEFD, posteriormente, para projetos sociais, utilização de clubes “e, quem sabe, até incluindo o rúgbi na grade educacional do país”.

“A UFRJ tem disposição de manter o local como espaço vivo do rúgbi e do hóquei no Brasil”, disse o reitor. Ele afirmou que a universidade vai trabalhar de maneira articulada com o Ministério e as confederações brasileiras desses esportes para garantir o uso regular e a articulação mais estreita com estudantes da UFRJ e da rede pública de ensino, lembrando que a universidade hoje possui uma equipe do esporte.

A construção dos dois campos de hóquei sobre grama e a reforma da piscina – que atenderá seleções de polo aquático – estão em andamento. Todas as instalações seguem os padrões definidos pelas federações internacionais de hóquei e de esportes aquáticos. No Complexo, também estão sendo construídos: área de recepção; salas administrativas, médicas, de fisioterapia e para controle de dopagem; vestiários e depósito para equipamentos esportivos. As reformas alcançam corredores, locais de circulação com acessibilidade, área para depósitos e escritórios, vestiários e infraestrutura do entorno (calçamento, arruamento, iluminação e drenagem). A estimativa de conclusão das obras é abril. Ao todo, o Ministério está investindo R$ 61,4 milhões nessas obras.

Legado

O estímulo às modalidades está nos planos da diretora da EEFD, a professora Katya Gualter. “Os campos e a piscina são salas de aula. Esses espaços compõem a rotina acadêmica. É um legado que é um espaço de ensino e aprendizagem. Essa relação com os Jogos Olímpicos é profícua no sentido de que, se não fosse esse momento, a escola demoraria a ter um investimento desse nível”, disse.

A escola planeja realizar convênios ou acordos de cooperação técnica com as confederações brasileiras de hóquei e rúgbi. “Eles estão muito interessados em treinar as equipes, em particular a seleção brasileira, no campo de rúgbi da escola, que, segundo o presidente da Confederação, é um dos mais avançados e mais bem finalizados tecnologicamente para a modalidade. Eles têm todo o interesse de usar o espaço, podendo arcar, inclusive, com os custos a partir de 2017”, disse a diretora da EEFD.

Os espaços ainda poderão ser usados em projetos que envolvem a comunidade. A EEFD já desenvolve um trabalho como o Clube Escolar, em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro, que oferece atividades esportivas para alunos da rede municipal de ensino. A escola também é parceira de outras iniciativas com a comunidade da Maré, vizinha ao campus, que fica na Ilha do Fundão, Zona Norte da capital fluminense.

Rede Nacional de Treinamento

O Centro Olímpico de Treinamento da UFRJ fará parte da Rede Nacional de Treinamento que o Ministério está constituindo em todo o país. Criada pela Lei Federal 12.395, de março de 2011, a Rede é um dos principais projetos de legado dos Jogos de 2016 para a infraestrutura do esporte brasileiro, interligando instalações esportivas existentes ou em construção espalhadas pelo Brasil.

Apoio ao rúgbi

Após 92 anos, o rúgbi retorna aos Jogos Olímpicos, mas em nova modalidade, com sete jogadores em cada time. No Brasil, a prática desse esporte é recente, mas já apresenta bons resultados. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, no Canadá, a seleção feminina do Brasil ganhou a medalha de bronze, e a masculina terminou em sexto lugar. Em 2014, a seleção feminina encerrou a participação no World Rugby Women’s Sevens Series (mundial feminino) em nono lugar, um resultado histórico. Para os Jogos Rio 2016, o Brasil, como país-sede, já tem vaga garantida para a modalidade.

Homenagem ao professor Manoel Tubino

O campo de rúgbi da UFRJ que está sendo inaugurado leva o nome do professor-doutor Manoel José Gomes Tubino (1939−2008). Referência em várias escolas de educação física no país, ele dedicou a vida à pesquisa acadêmica, especialmente nas áreas de Treinamento Esportivo e Políticas Públicas de Educação Física e Esporte.

Um dos responsáveis por tornar o nome do Brasil respeitado no cenário da educação física mundial, teve mais de 300 trabalhos divulgados e participou de mais de 600 conferências em todo o mundo. Tubino publicou 20 livros, o último deles, em 2007, foi o Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte.

Foi conselheiro do Conselho Federal de Educação Física, e na carreira pública foi presidente do Conselho Nacional de Desportos e secretário de Educação Física e Desportos, no Ministério da Educação. No extinto Ministério do Esporte e Turismo, presidiu o Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte.