Os integrantes do projeto de dança Paratodos apresentam nesta quinta-feira, 29 de outubro, o espetáculo “Leonídia”, na Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ.
Marcado pela diversidade entre seus integrantes, o projeto costuma reunir estudantes da universidade, idosos, crianças e pessoas em tratamento psiquiátrico em diferentes hospitais, além de cegos ou pessoas com algum tipo de deficiência, em aulas sob coordenação da professora Marta Peres, do curso de Dança.
As aulas acontecem duas vezes por semana e deram origem à trupe DiVersos, que forma o elenco. “As reflexões dos grupos de estudo acerca de saúde mental, reforma psiquiátrica, estigma e deficiência geraram desdobramentos artísticos, quando um participante trouxe Leonídia, livro de Myriam Fraga para as aulas”, afirma a professora.
O livro conta a história de uma mulher que foi internada no hospício São João de Deus, em Salvador (BA), que teria supostamente enlouquecido por amor ao poeta Castro Alves, seu amigo de infância.
A leitura serviu de base para criar uma performance, na qual a história das personagens é entremeada a poemas e danças brasileiras, como o jongo, dentro de uma perspectiva crítica ao modelo de asilos e ao preconceito.
“O roteiro foi construído coletivamente aplicando-se na cena o conceito de polifonia de Bakhtin, tendo sido a confecção de figurinos e objetos assumida pela artesã Maria Celia Marques, aluna de extensão do projeto”, diz Marta.
Fazem parte do espetáculo pessoas idosas, em tratamento no Pinel, Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ipub) e uma cadeirante. O ator que interpreta Castro Alves é deficiente visual.
Serviço:
Leonídia, com a Trupe DiVersos
Quando: Quinta-feira, 29 de outubro
Onde: Salão Helenita Sá Earp, da EEFD
Horário: 18h
Endereço: Avenida Carlos Chagas Filho, 540, Cidade Universitária da UFRJ