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Professores e alunos do CAp-UFRJ comentam resultado positivo em Olimpíada de Matemática

Os professores buscam criar uma cultura de participação dos alunos na prova, estimulando a colaboração, e não a competição. O objetivo não é participar para disputar medalha, mas sim pelo prazer e pela motivação que é dada aos alunos.

Por Natalia Sales

O Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp-UFRJ) ficou este mês entre as melhores escolas na premiação da Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (OBMEP), referente à prova de 2014. Além disso, três alunos receberam medalhas de prata e outros 14, menção honrosa.

Os alunos premiados com a prata foram Felipe Mendes Garcia, Francisco Cavaliere Kuchpil e Helena Sanches N. de A. Rodrigues. Além dos três medalhistas de prata, outros 14 alunos receberam “Menção Honrosa”: Pedro Paulo Paranhos Brandão Júnior, Ana Clara Bertolozo Benício, José Gramatico Segundo, Laura Robles Rafael, Breno Imbilo de Matos, Thomaz Siqueira de Aquino Leite, Thiago da Silva Pedreira, Amanda Brandão Horochovski, Felipe Ferreira da Silveira, Denys Fabiano Krzizanowski Júnior, Rian Araújo Nicacio da Rocha, Alexandre César D Henriques, Daniel Lopes Cardoso e Grabriela Aprigio Porto.

A equipe de matemática do colégio afirmou que a prova, a cada ano, está mais difícil. Eles se disseram satisfeitos com o trabalho que fazem na formação dos alunos, refletindo a premiação da escola e medalhistas todos os anos. A equipe é composta por sete professores: Cleber Neto, Daniela Assemany, Fernando Villar, Leo Akio Yokoyama, Leticia Rangel, Priscila Dias e Ulisses Dias, que fazem parte do setor curricular de matemática do colégio.

A equipe busca criar uma cultura de participação dos alunos na prova, estimulando a colaboração, e não a competição. O objetivo não é participar para disputar medalha, mas sim pelo prazer e pela motivação que é dada aos alunos. “A gente sempre procura trazer materiais diversos, como jogos de raciocínio lógico, materiais didáticos que são ofertados pela organização da olimpíada. Temos um banco de questões no site da olimpíada e orientação para passar aos alunos na fase de preparação”, comentou o professor Fernando Villar. “Eles não competem um com outro, competem com eles mesmos, é um desafio interno”, disse a professora Leticia Rangel.

Tanto o professor Leo Akio como o professor Fernando Villar já atuaram na formação dos alunos medalhistas. No ano seguinte à premiação das medalhas, os alunos são convidados a participarem de um programa de iniciação científica júnior, frequentando o curso ao longo de um ano inteiro com alguns professores orientadores que são divididos em vários pólos. O professor Fernando atuou durante três anos num pólo regional no Centro e o professor Leo Akio ainda atua no pólo Cefet-Maracanã.

“Considero nossa participação importante, pois conseguimos identificar como é feita a preparação dos alunos oriundos de várias escolas diferentes. Percebemos a diferença entre as escolas e o raciocínio dos alunos, e de certa forma a gente consegue trazer para os nossos meninos aqui”, explicou o professor Fernando. “São vitórias pontuais como essa que nos fazem acreditar no nosso trabalho. Nós somos motivados por uma fala de um pai quando diz que o filho estudou pra caramba, a gente vê o brilho nos olhos dos alunos. A gente recebe com muita alegria essas conquistas”, comentou sobre o a classificação do CAp entre as melhores escolas da OBMEP.

Francisco Cavaliere Kuchpil, que está no 8º ano, participa da olimpíada desde o 6º, primeira série autorizada a participar pelo regulamento da OBMEP. Na primeira vez que participou, ganhou medalha de bronze, no 7º ano foi medalhista de prata, e neste ano, em que já participou da primeira fase da prova, foi aprovado e aguarda data da segunda fase.

A ex-aluna do CAp Ana Thais Castro de Santana, 21 anos, cursa Engenharia Eletrônica de Computação na UFRJ, estudou no colégio até o 2º ano do Ensino Médio, participou da OBMEP por seis anos consecutivos, ganhou quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Além da OBMEP, ela participou de outras competições de matemática: OBM, que inclui escolas particulares, OMERJ, para as escolas do estado do Rio e a OMCAp, olimpíada do Colégio de Aplicação. Ana Thais hoje dedica parte do seu tempo para ajudar um grupo de alunos classificados para a segunda fase da OBMEP e da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), indo ao CAp para auxiliar os alunos com exercícios de raciocínio lógico, programação e ideias.

Para a professora Leticia Rangel é uma enorme satisfação ter a ex-aluna de volta para ajudar os outros estudantes. “Ana Thais é um dos nossos maiores orgulhos. Ela voltar aqui para nossa casa e continuar dividindo tudo que aprendeu, é sinal de que o nosso trabalho foi importante para ela”, disse.

Por ser medalhista, Francisco ganha um curso de iniciação científica e uma bolsa de R$ 100 por mês. Ele conta que as aulas do curso são aos sábados, uma vez por mês. “Gosto bastante do curso, lá realizamos variados exercícios avançados. Além disso, é muito bom para o currículo, o que pode ser bastante útil para minha formação. A Ana Thais disse que sempre foi muito bom para ela, tanto em outros cursos que já fez, como quando ela entrou na universidade”, comentou o aluno, que pretende cursar engenharia quando for para universidade.

Daniel Lopes Cardoso, que está no 3º ano do Ensino Médio, ganhou menção honrosa nesta última edição da olimpíada. Para ele a preparação para a olimpíada ajuda na participação em outras provas, inclusive para o Enem, já que os exercícios são relativamente mais trabalhosos. Daniel considera importante a participação na olimpíada, e conta que anteriormente, quando estudava em outras escolas, não havia o incentivo que tem no CAp.

“Eu conheci pessoas de todo o país, pessoas que inclusive depois encontrei na universidade. É muito legal vir aqui no CAp e ver as crianças fazendo tudo que eu fiz, percorrendo o mesmo caminho”, comentou Ana Thais.