O 9º Congresso Mundial do Cérebro (IBRO 2015) foi realizado, este ano, pela primeira vez em um país da América Latina: o Brasil. O evento, ocorrido entre 7 e 11 de julho, no Rio de Janeiro, contou com mais de 150 palestrantes de 23 países e mais de 1600 participantes e se destacou pela variedade de temas abordados dentro da área de neurociências.
Os mais importantes tópicos de discussão da área foram contemplados na programação do encontro, passando por: Doença de Alzheimer, envelhecimento cerebral, o poder da música na cognição, percepção visual e cognição, formação de sinapses, vício em drogas e comida, modelos computacionais do cérebro, hormônios sexuais e cognição, o efeito da cafeína no cérebro e optogenética, técnica que permite estudar e controlar o cérebro usando luz.
A finalidade do evento foi aprofundar a compreensão do cérebro, suas estruturas e funcionamento, do nível molecular ao comportamental. Nesse sentido foram realizadas palestras de renomados cientistas, simpósio, mini-simpósios e sessões de pôsteres.
O congresso reuniu grandes nomes da neurociência para falar sobre os mais quentes de temas da área. Um dos convidados, o neurobiólogo Colin Blakemore, da Universidade de Londres (Reino Unido), apresentou palestra sobre neuroética intitulada "Mistérios, mitos e milagres: o custo e o benefício da neurociência". Blakemore é um reconhecido especialista em visão de desenvolvimento cerebral e também atua fortemente na divulgação científica.
Já o professor Terry Sejnowski, do Instituto Salk, La Jolla (EUA), mostrou como podemos ensinar os nossos cérebros a aprender na palestra "Aprendendo com aprender". Sejnowski é um pioneiro da neurociência computacional e tem usado ferramentas analíticas para entender os princípios que ligam o cérebro ao comportamento e como novo representações cerebrais são formadas durante o aprendizado.
Marian Joels, do UMC Utrecht Brain Center (Holanda), foi outro ponto alto do evento. Na palestra "Cérebro estressado", a cientista focou no estresse e mostrar como os hormônios podem mudar as funções celulares de neurônios e discutiu os efeitos do estresse nas conexões cerebrais e no comportamento de humanos e roedores. Em seu trabalho, Joels dá atenção particular à influência do estresse na infância e na vida adulta.
Do Brasil, um dos destaques foi a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que falou sobre cérebro e evolução no simpósio "Diversidade da estrutura cerebral na evolução: o que muda, o que não muda e o que isso importa?". A cientista é conhecida por ter desenvolvido uma nova técnica para estimar a quantidade de células no cérebro e famosa por sua atuação como comunicadora da ciência, tendo apresentado programas na TV e na internet.
Para promover o congresso e sua programação, o comitê organizador lançou um canal do Youtube especialmente focado na divulgação da neurociência, o NeuroChannel. Por meio de conversas com reconhecidos cientistas da área, o canal disseminou informações sobre o cérebro e as mais recentes pesquisas da área. Todos os vídeos com legendas em português e inglês neste canal.
Em paralelo ao IBRO 2015, ocorreram simpósios satélites voltados para temas mais específicos ligados ao cérebro. São eles:
Simpósios Satélites da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC). Temas: Parkinson, células-tronco neurais, pesquisas sobre estresse, memória e adicção.
Simpósio Internacional sobre Ciência para Educação. Temas: música e aprendizado, influência do meio social na educação, desenvolvimento cerebral e memória, novas tecnologia na educação.
Cursos satélites Falan. Temas: circuitos corticais, mapeamento neural, neuroética.
Mulheres na neurociência. Temas: colaborações internacionais, mulheres na ciência.
Simpósio The Changing Brain. Temas: desenvolvimento cerebral, células-tronco.