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Memória

UFRJ concede título de Doutor Honoris Causa ao violoncelista Antonio Meneses

Antonio Meneses começou a estudar violoncelo aos 10 anos. O Conselho Universitário concedeu o título em reconhecimento pelo conjunto da obra do músico brasileiro.

O Conselho Universitário da UFRJ concedeu, na segunda-feira, 16 de março, em sessão solene na Escola de Música, o título de Doutor Honoris Causa ao violoncelista Antonio Meneses, em reconhecimento pelo conjunto da obra do músico brasileiro. Antonio Meneses nasceu em 1957, em Recife, no seio de uma família de músicos (seu pai era 1º trompa da Ópera do Rio de Janeiro) e começou a estudar violoncelo aos dez anos de idade.

Trajetória

Aos 16 anos, conheceu o famoso violoncelista italiano Antonio Janigro, que o convidou a frequentar as suas aulas em Düsseldorf e mais tarde em Stuttgart. Em 1977, ganhou o 1º Prémio  no ARD Concurso Internacional de Munique e, em 1982, o 1º Prémio e Medalha de Ouro no Concurso Tchaikovsky, em Moscou. 

Antonio Meneses apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras do mundo, como a Filarmônica de Berlim, a Sinfônica de Londres, a Sinfônica da BBC, a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã, a Sinfônica de Viena, a Filarmônica Checa, a Filarmônica de Moscou, a Filarmônica de São Petersburgo, a Filarmônica de Israel, a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra da Rádio da Baviera, a Filarmônica de Nova Iorque, a National Symphony Orchestra (Washington D.C.) e a Sinfônica NHK de Tóquio. Entre os distintos maestros com os quais colaborou, contam-se Herbert von Karajan, Riccardo Muti, Mariss Jansons, Claudio Abbado, André Previn, Andrew Davis, Semion Bychkov, Herbert Blomstedt, Gerd Albrecht, Yuri Temirkanov, Kurt Sanderling, Neeme Järvi, Mstislav Rostropovich, Vladimir Spivakov e Riccardo Chailly. 

Meneses é também um convidado regular de importantes festivais de música, incluindo os de Porto Rico (Festival Pablo Casals), Salzburgo, Lucerna, Viena, Berlim, Praga (Festival de Primavera), Nova Iorque (Mostly Mozart), La Grange de Meslay (festival de Sviatoslav Richter, na França) e Colmar (festival de Vladimir Spivakov, também na França). Apresenta-se regularmente em recitais de música de câmara, tendo colaborado com os quartetos Emerson, Vermeer, Amati e Carmina. Desde outubro de 1998, é membro do Beaux-Arts Trio.

Realizou duas gravações para a Deutsche Grammophon, com Herbert von Karajan e a Orqestra Filarmônica de Berlim – Duplo Concerto para Violino e Violoncelo, de Brahms, com Anne Sophie Mutter; e Don Quixote, de Richard Strauss. Gravou também o Concerto para Violoncelo de Eugene D`Albert e obras de David Popper, com a Orquestra Sinfónica de Basileia; os três Concertos para Violoncelo de Carl Philip Emanuel Bach, com a Orquestra de Câmara de Munique (Pan Classics); as seis Suítes para Violoncelo Solo de J. S. Bach (Nippon Phonogram); o Trio com Piano de Tchaikovsky (EMI-Angel); os Concertos e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra de Heitor Villa-Lobos (Auvidis-França); a obra completa para violoncelo e piano do mesmo compositor, com Cristina Ortiz; Cellisimo (Pan Classics), com Gérard Wyss; e Seis Suítes para Violoncelo, de J. S. Bach (AVIE). Sua mais recente gravação contém obras de Schumann e Schubert, com Gérard Wyss ao piano (AVIE).

Além da sua agenda de concertos, Antonio Meneses orienta cursos de aperfeiçoamento na Europa, nas Américas e no Japão. Em outubro de 2007, assumiu o cargo de professor de violoncelo no Conservatório de Berna, na Suíça.