Em mensagem encaminhada aos decanos e diretores da UFRJ, o reitor Carlos Levi alertou os dirigentes, nesta quarta-feira, 11 de março, para a prática de trotes vexatórios na universidade. O documento faz menção ao fundamento republicano de defesa da dignidade humana, previsto no artigo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, e à Portaria UFRJ nº 663, de 21 de fevereiro de 2000, que alerta para trotes na universidade.
“Lembramos que as práticas de recepções cidadãs na UFRJ têm sido, por outro lado, motivo de orgulho para a nossa comunidade e exemplo para a sociedade, que sempre aguarda os melhores exemplos de nossos alunos, servidores e docentes”, diz Levi.
Já no comunicado de boas-vindas aos calouros, publicado pela pró-reitora de Graduação Angela Rocha, também nesta quarta, a professora parabeniza os novos alunos pela conquista de uma vaga na UFRJ e pede que os calouros recusem a práticas constrangedoras.
“A UFRJ tem como missão, entre outros aspectos, ser uma universidade que respeita a pluralidade. Nossa universidade, como exemplo para todos, deve ser livre de todas as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, sexualidade, etnia ou nacionalidade. A partir de agora, dividimos essas responsabilidades com vocês”, afirma Angela Rocha.
Confira, abaixo, a íntegra das mensagens.
À Comunidade da UFRJ
Tendo em vista o início do ano letivo de 2015, reforçamos, junto aos senhores decanos e diretores da UFRJ, a ideia de que dediquem atenção especial à prática de trotes na universidade. Considerando o fundamento republicano de defesa da dignidade humana, previsto no artigo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, e a Portaria UFRJ nº 663, de 21 de fevereiro de 2000, solicitamos que atentem para as possíveis práticas de trotes vexatórios nos campi da universidade.
Considerando, ainda, que a universidade deve ser, por sua missão, natureza formadora e função social, o espaço por excelência da civilidade e da cidadania, reiteramos com alunos veteranos e calouros que a prática de trote humilhante é proibida e aqueles que a promoverem e/ou dela participarem, protagonizando-a, estão sujeitos à legislação vigente. A apresentação de queixas, reclamações e denúncias sobre o assunto pode ser encaminhada pelo sítio www.ouvidoria.ufrj.br.
Lembramos que as práticas de recepções cidadãs na UFRJ têm sido, por outro lado, motivo de orgulho para a nossa comunidade e exemplo para a sociedade, que sempre aguarda os melhores exemplos de nossos alunos, servidores e docentes.
Carlos Levi
Reitor da UFRJ
Mensagem de boas-vindas da Pró-reitora de Graduação
Prezados calouros e calouras da UFRJ,
É com muita alegria que dou os parabéns a todos vocês, novos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro! Começa agora uma época inesquecível e fundamental para suas vidas. Aqui surgirão sólidas amizades, novos sonhos e planos, os quais temos o prazer de ajudar a construir e fazer parte. Estou certa de que valeram os dias e as noites de estudo, e as vezes em que o lazer deu lugar aos livros, para que vocês pudessem ingressar na UFRJ.
Nos próximos dias, os veteranos planejam diversas atividades para recepcionar os calouros. Aproveitem, pois é o momento de conhecer novas pessoas e começar a se acostumar com a UFRJ como uma segunda casa, como é para muitos de nós!
A natureza da recepção de calouros é sempre uma preocupação nossa. Lembrem-se de participar das atividades em que vocês se sintam à vontade, sem constrangimentos. A Ouvidoria da universidade tem um canal direto para receber dúvidas, sugestões e reclamações, no e-mail ouvidoria@ouvidoria.ufrj.br.
Muitos dos veteranos já deram ótimos exemplos de “trotes”, que, além de promover a integração entre novos e antigos alunos, são demonstrações de cidadania para a universidade e para a sociedade. As tradicionais atividades de doação de sangue, recentemente, passaram a dividir espaço com iniciativas que promovem a sustentabilidade, o serviço a comunidades vizinhas, sem deixar de lado a diversão.
A UFRJ tem como missão, entre outros aspectos, ser uma universidade que respeita a pluralidade. Nossa universidade, como exemplo para todos, deve ser livre de todas as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, sexualidade, etnia ou nacionalidade. A partir de agora, dividimos essas responsabilidades com vocês.
Bem-vindos! Bem-vindas!
Angela Rocha
Pró-reitora de Graduação