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Unidades do CFCH repudiam a violência policial contra os professores municipais

O Instituto de História (IH) e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) divulgaram notas oficiais em repúdio aos casos de violência policial contra professores da rede municipal, na Câmara dos Vereadores, na última terça (01/10).

NOTA OFICIAL DA DIREÇÃO DO IFCS-UFRJ

Ontem, 01110/2013, mais uma vez, o centro da cidade do Rio de Janeiro viveu momentos de tensão. E nosso prédio acolheu, em seu interior e escadarias, professores da rede pública municipal, muitos nossos alunos e ex-alunos, que buscavam proteger-se da repressão policial que se espalhou pela área, gerando grande apreensão.

Nossa instituição tem historicamente formado professores para as variadas áreas e graus de ensino. Assim, causa-nos grande preocupação, como já apontado em termos de seu conteúdo por associações profissionais e acadêmicas, como, entre outras, a ANPUH e a ANPED, que o plano de carreira formulado pela prefeitura do Rio de Janeiro tenha sido proposto e aprovado da forma que foi.

Impressionou, uma vez mais, a truculenta ação policial contra professoras e professores, muitos dos quais brutalmente atacados. Esta, certamente, não é a melhor maneira de se lidar com tema tão candente para nossa sociedade. Transformou-se questão social em questão de polícia. Uma postura que precisa ser sonora e veementemente repudiada.

Deve haver algo errado em uma democracia que precisa votar projetos tão relevantes para a sociedade, como aqueles relativos à educação, com parlamentos de portas fechadas, com galerias vazias e cercados pelo Batalhão de Choque. Tudo isso vai na contramão do que tem sido demandado nas ruas, nos últimos meses, pela população brasileira em geral, e a do Rio de Janeiro em especial, isto é: mais e melhor democracia.

Neste sentido, nos solidarizamos com os professores da rede pública municipal e reafirmamos a posição histórica de nosso Instituto em defesa da democracia e de lugar de debate e acolhimento cidadão para aqueles que se manifestam por seus direitos.

Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2013.

Marco Aurélio Santana

Diretor do IFCS – UFRJ

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NOTA OFICIAL DO INSTITUTO DE HISTÓRIA DA UFRJ

O Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição que forma muitos dos professores de História que trabalham na rede pública do Município do Rio de Janeiro, repudia com veemência a proibição dos professores ocuparem as galerias da Câmara Municipal para acompanhar a votação do Plano de Carreira para o Magistério, além da brutal e desmedida repressão sofrida pelos docentes nos arredores da Câmara Municipal que se espalhou, ontem à noite , pelo centro da cidade do Rio de Janeiro.

Em consonância com a nota da seção estadual da Associação Nacional de História (ANPUH-RJ), não podemos aceitar que a discussão e aprovação de um Plano de Carreira do Magistério (PL 442/2013), tenham sido feitas sem a participação e colaboração dos mesmos, aqueles que quotidianamente nas salas de aula lutam por uma educação pública de qualidade para todos.

Por fim, uma sociedade democrática não é construída com repressão policial, parlamentos fechados e/ou cercados por grades.

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2013

Direção do Instituto de História