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Memória

O legado de Celso Furtado

A mesa “Celso Furtado e a atualidade do debate do desenvolvimento” ocorreu no dia 10 de setembro, às 17h, no Salão Pedro Calmon, localizado no prédio do Instituto de Economia (IE) da UFRJ.

Considerado um dos maiores economistas da história brasileira, Celso Furtado escreveu mais de 30 obras e foi responsável por elaborar conceitos importantes no âmbito da economia, como desenvolvimento e subdesenvolvimento.

Nos anos 50, tornou-se ministro do Planejamento de João Goulart e definiu como seriam executadas as chamadas reformas de base, interrompidas pelo golpe militar de 1964. Doutor em economia pela Universidade de Paris-Sorbonne, lecionou por vinte anos Economia do Desenvolvimento no exterior.

Para homenagear o economista, Rosa Freire d’Aguiar organizou e apresentou o livro Celso Furtado e a dimensão cultural do desenvolvimento, que sintetiza as ideias centrais do autor. Segundo D’Aguiar, o livro foi dividido em quatro eixos temáticos: trajetória, pensamento econômico, pensamento político e cultura, ciência e economistas.

Outro integrante da mesa de debate, Carlos Brandão – professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur−UFRJ) e coordenador do Observatório Celso Furtado para o Desenvolvimento Regional – afirmou estar ansioso com a repercussão do livro e incentivou os jovens a terem coragem e imaginação na vida, tema presente na obra de Furtado.

Além disso, Roberto Saturnino Braga, diretor-presidente do Centro Internacional Celso Furtado, também participou do evento. De acordo com Braga, o ex-ministro só não ganhou o Prêmio Nobel de Economia por preconceito internacional. “Naquela época, existia a visão de que o Brasil não produzia nada de relevante em termos científicos e de arte. Com o tempo, esse preconceito foi desconstruído”, explicou.

Braga ainda ressaltou o fato de o pensador estabelecer uma conexão entre desenvolvimento e cultura, cuja importância é essencial para a criação de um olhar crítico.