O Grupo de Estudos Trabalho e Formação Docente (ColeMarx) da UFRJ realizou na última terça-feira (17/9) o 1º Seminário sobre Trabalho e Formação Docente, no Salão Pedro Calmon, no campus da Praia Vermelha.
O seminário contou com conferências, mesas-redondas e minicursos. Foram discutidas questões político-pedagógicas relacionadas ao trabalho docente e a influência da dinâmica da sociedade capitalista sobre a formação de um novo tipo de trabalhador.
Mesa de abertura
A mesa de abertura teve a diretora da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ, professora Ana Maria Monteiro; o coordenador do ColeMarx, professor Roberto Leher; a chefe do Departamento Administrativo, professora Silvina Julia Fernández; o chefe de Departamento de Fundamento, professor Jorge Ricardo Santos Gonçalves; e a chefe do Departamento de Didática, professora Ligia Karan Correa de Magalhães.
A breve fala de Ana Maria Monteiro deu início ao seminário, explicitando o que seria abordado sobre a formação docente e os seus problemas no dia a dia.
Depois, o coordenador Roberto Leher abordou a função social das universidades e escolas, e condenou a desvalorização do papel dos professores como meio de propagação de cultura e conhecimento.
A professora Silvina Fernández ressaltou que a mídia criou uma falsa imagem de crise na educação brasileira, pois comparam as escolas públicas com empresas de mercado privado, esquecendo que essas pertencem ao setor público.
A falta de uma política para escolas públicas de período integral foi lembrada pelo professor Jorge Ricardo, que também destacou a deficiência da educação para jovens e adultos e do ensino público presencial à noite. Deu como exemplo a própria UFRJ, que oferece poucos cursos noturnos.
Para fechar a mesa, a professora Ligia Karan lembrou a importância da educação pública e da formação dos professores.
Conferência
Em seguida, a professora Eveline Algebaile, da Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), falou sobre o tema “Política de formação docente a partir dos anos 90”.
Segundo ela, é preciso olhar o conjunto de medidas que foram tomadas a partir de meados da década de 1990, segundo as quais todos os professores deveriam ter ensino superior ou curso de aperfeiçoamento para exercer a profissão, o que teria causado a ilusória ideia de que o problema era a má formação dos profissionais, levando-os a crer que fossem culpados pela baixa qualidade do ensino do país.
Eveline destacou que é necessário pensar a formação docente a partir de parâmetros amplos, citando quatro deles: a profissionalização institucionalizada; a regulamentação da profissão e carreira docente; as condições gerais de produção docente; e a unificação nacional da carreira.
À noite, houve a mesa-redonda sobre o tema “Organismos internacionais e imposições para a formação e o trabalho docente”, mediada pela professora Ligia Karan, com as palestrantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), professoras Aparecida de Fátima Tiradentes dos Santos e Marcela Pronko.