“Eu acho que a TI (Tecnologia da Informação), hoje em dia, é fundamental para o funcionamento de qualquer academia. É impossível pensar numa universidade moderna sem uma estrutura de TI adequada, funcional e ágil.” Essas foram as palavras do superintendente Gabriel Pereira da Silva, da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SuperTIC) da UFRJ, que ressaltou a importância da área para o andamento das atividades da universidade.
De acordo com Gabriel da Silva, doutor em Engenharia de Sistemas e Computação pela UFRJ, a TIC foi criada devido à necessidade de a administração superior ter um órgão de TI para atender às suas demandas. Ela foi fundada em 2010, na gestão do professor Aloisio Teixeira, e o atual superintendente assumiu em 2011. Segundo ele, ainda se está longe de chegar a um nível satisfatório de serviços que atendam às demandas da Reitoria e das unidades, mas isso está sendo feito na medida do possível, porque os recursos também são finitos.
A SuperTIC é composta por cinco diretorias: Diretoria de Pró-Reitorias (ProTIC), responsável pelo apoio aos órgãos da Administração Central (Gabinete do Reitor e pró-reitorias); Diretoria de Sistemas de Informação (InfoTIC), responsável pela coordenação do desenvolvimento, implantação, operação e manutenção dos sistemas gerenciais e de informação de interesse da UFRJ, doravante denominados sistemas corporativos; Diretoria de Infraestrutura (InfraTIC), responsável pela coordenação e execução dos serviços de implantação, operação e manutenção dos serviços de dados da UFRJ; Diretoria de Telefonia (TeleTIC), responsável pela coordenação e execução dos serviços de implantação, operação e manutenção dos serviços de voz da UFRJ; e a Diretoria de Segurança da Informação (SegTIC), responsável pela coordenação de planejamento, implementação, monitoramento e melhoria do sistema de Segurança da Informação, apoiando o devido alinhamento dos recursos de Tecnologia da Informação com os objetivos da UFRJ.
Para Gabriel, a maior dificuldade na TIC é ter um corpo de funcionários pequeno. São apenas 120 técnicos de TI trabalhando para uma comunidade acadêmica com cerca de 60 mil alunos, 9 mil servidores técnico-administrativos e 4 mil professores, ou seja, uma população de aproximadamente 70 mil pessoas para serem atendidas. Além disso, outros dois grandes problemas enfrentados são a falta de um espaço adequado e a burocracia. “Uma solução provisória que nós encontramos foi alocar o pessoal nos módulos em frente à Reitoria, mas ainda precisamos de um data center mais adequado para colocar nossos equipamentos. Precisamos também de um espaço físico para colocar novos funcionários, se vierem. E outro impedimento grande é a burocracia. Não temos agilidade para fazer tudo aquilo que pretendemos: contratação de alguns serviços, licitação de equipamentos, entre outras coisas. É um processo demorado que nos traz um certo impacto”, revela o engenheiro de sistemas.
Em contrapartida, o superintendente destacou que a grande virtude desde que assumiu foi ter mantido todos os sistemas da UFRJ ativos e funcionando. Gabriel citou como algumas das conquistas a recuperação do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), que, segundo ele, tinha limitação no número de usuários; a reformulação e melhoria de diversos cabeamentos de rede no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Restaurante Universitário e Faculdade Nacional de Direito (FND), além da melhoria da infraestrutura de comunicação e a implantação de novos sistemas, como o TIM (Transferência, Isenção e Mudança de Curso) e o Sistema Integrado de Gestão Administrativa (Sipac). Na parte de telefonia, foi feito um contrato de prestação de serviços com as operadoras em que serão licitados os valores a serem pagos, pois desde a década de 1990, quando a Telerj (Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro – empresa de telefonia do grupo Telebras) foi privatizada, os serviços foram passados sem maior controle − os valores pagos pela universidade são históricos.
Troca da central telefônica
Outro projeto que está sendo preparado pela TIC é um termo de referências para a licitação de novas centrais, objetivando trocar a central telefônica de praticamente todas as unidades da UFRJ e interligá-las com uma numeração única. Com isso, mais um projeto poderá ser desenvolvido, o Voip: “Nós estamos com um projeto-piloto de Voip que está em funcionamento. Esse telefone faz videoconferência e o sistema está em teste. Poder fazer comunicação usando estrutura de rede, sem precisar de uma estrutura de telefonia, é uma grande conquista”, conta o superintendente. E adverte: “O que não temos condições de fazer, nem na parte de rede nem de telefonia, é a passagem de novos cabeamentos. Nos prédios novos que estão sendo construídos no campus, a gente até faz o sistema de redes estruturado atendendo redes e telefonia. Também estamos auxiliando na parte de câmeras de vigilância. A prefeitura, por exemplo, está recebendo o nosso apoio no projeto de vigilância do campus que está sendo implantado.”
Projetos
Sobre as iniciativas futuras da TIC, Gabriel da Silva destacou a “Nuvem acadêmica”, um projeto de hospedagens de sites em que as próprias unidades vão poder usar o sistema de portais, gerenciando suas máquinas desde o início com um administrador próprio. Em breve, o superintendente pretende oferecer correio eletrônico unificado para todas as unidades; e também está sendo elaborado um projeto de Wi-Fi em áreas externas e de convivência. Inclusive, alguns equipamentos já foram adquiridos e outros estão em aquisição para fazer a cobertura dos campi, tanto do Fundão quanto da Praia Vermelha. Outras novidades são a implantação do Sistema Integrado de Recursos Humanos (SIRHu), em que várias rotinas que hoje são feitas em papel poderão ser realizadas diretamente via interface web, pelo computador, tendo maior agilidade e economia de papel; a modernização do Sipac, sistema administrativo para fazer controle de contratos, patrimônios e outras funções do tipo; e a reformulação dos portais de todas as pró-reitorias, Reitoria e das unidades.
“Nós já refizemos mais de 90 páginas e portais. Porém, o importante é que as unidades possam fazer o gerenciamento de conteúdo. Elas não ficam dependentes de um programador de HTML para alterar ou atualizar a página. Elas podem treinar um funcionário técnico-administrativo para usar a ferramenta e, através da própria web, ele atualiza o conteúdo da página diretamente”, frisa o professor.
Gabriel da Silva ainda citou um dos mais importantes projetos da TIC, o Centro de Controle de Rede (CCR), instalado nos módulos perto da Reitoria. “O CCR é um grande painel com 12 monitores acoplados de maneira integrada, que permitem verificar a situação dos sistemas que compõem a rede em tempo real. Então, se algum link cai ou se existe um problema de congestionamento em alguma rota, nós identificamos rapidamente o que está acontecendo e podemos tomar as devidas providências a partir dali mesmo, muitas vezes sem precisar fazer o deslocamento físico até o local. Esse centro é o coração do sistema de redes de toda a UFRJ”, analisa.
Sobre a Residência Estudantil, o superintendente afirmou que, juntamente com o plano de reforma, foi encaminhado um projeto de expansão e modernização da rede em que todos os quartos terão serviço de interfonia, telefonia e internet. “Nós fizemos o projeto, estamos dando todo o suporte e fazendo o acompanhamento para atendimento dessa demanda, que sabemos que é importante para os alunos do alojamento. Entretanto, na situação atual, não temos condições de dar suporte a essa expansão irregular da rede que foi feita e sobre a qual temos o total desconhecimento da maneira como foi elaborada. Para a solução em longo prazo, o mais adequado é a instalação da rede estruturada em todos os andares, para que possam ser atendidos diretamente de seus quartos”, declara. Provisoriamente, está sendo avaliada a possibilidade de instalação de um sistema de Wi-Fi que atenda parcialmente a essa demanda enquanto a obra está sendo feita. Porém, o projeto ainda está em andamento, não há nada concluído.